A música tem função social? Marco na luta contra o racismo, a data no dia 20 de novembro, relembrado o Dia da Consciência Negra, convida a todos a pensar sobre o espaço negro no Brasil. Por conta disso, consumir produções de artistas pretos, que levantam a bandeira da resistência, é uma forma de valorizar suas culturas e trajetórias únicas.
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A música possui diversas funções essenciais que mudam de acordo com seu estilo e contexto histórico. Porém, apesar de variadas, possuem uma ponto em comum: a capacidade de contar histórias que podem promover mudanças positivas no mundo, dando visibilidade a temas importantes para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Nesta lista, separamos dez músicas que tocam em temas sobre racismo, orgulho, empoderamento, periferia, direitos e identificação nos movimentos negros. Confira.
1. Negro Drama – Racionais MC’s
“Nego drama
Entre o sucesso e a lama
Dinheiro, problemas, invejas, luxo, fama
Nego drama
Cabelo crespo e a pele escura
A ferida, a chaga, à procura da cura”
Negro Drama é uma das músicas mais importantes do cenário musical brasileiro. Desde quando foi lançada até os dias de hoje contribui para a autoestima do jovem negro brasileiro, resgatando os valores da sua cultura, estética e comportamento. Negro Drama é um hino de gerações e que mudará completamente sua visão político-social.
2. AmarElo – Emicida (part. Majur e Pablo Vittar)
“Permita que eu fale, não as minhas cicatrizes
Tanta dor rouba nossa voz, sabe o que resta de nós?
Alvos passeando por aí
Permita que eu fale, não as minhas cicatrizes
Se isso é sobre vivência, me resumir à sobrevivência
É roubar o pouco de bom que vivi
Por fim, permita que eu fale, não as minhas cicatrizes”
AmarElo não fala apenas sobre a dor, mas, principalmente, conta histórias de resistências, empoderamento e sonhos das pessoas pretas marginalizadas no país. Com pedaços de músicas de Belchior, os três artistas transformaram a música em uma narrativa muito potente.
O título da música também dá nome ao documentário “AmarElo- É Tudo Para Ontem”, no qual Emicida mostra seu show realizado no Theatro Municipal de São Paulo.
3. Identidade – Jorge Aragão
“Somos herança da memória
Temos a cor da noite
Filhos de todo açoite
Fato real de nossa história
Se o preto de alma branca pra você
É o exemplo da dignidade
Não nos ajuda, só nos faz sofrer
Nem resgata nossa identidade”
Uma das músicas mais ativistas do samba, Identidade traz diversas problematizações sobre autoconhecimento e, principalmente, sobre a visão deturpada dos brancos para com os negros. Além disso, fala sobre a importância de saber sua origem.
4. Respeitem meus cabelos, brancos – Chico César
” Respeitem meus cabelos, brancos
se eu quero pixaim, deixa
se eu quero enrolar, deixa
se eu quero colorir, deixa
se eu quero assanhar, deixa “
A brincadeira com a vírgula é o que dá vida a música “Respeitem meus cabelos, brancos”. A composição de Chico César é cheia de representatividade e verdade com um tom direto, mas necessário. Além disso, traz palavras de empoderamento e livre-arbítrio de poder fazer o que bem entender com seus cabelos, sem julgamentos.
5. A Coisa Tá Preta – Rincon Sapiência
” Abre alas, tamo passando
Polícia no pé, tão embaçando
Orgulho preto, manas e manos
Garfo no crespo, tamo se armando
De turbante ou bombeta
Vamo jogar, ganhar de lambreta
Problema deles, não se intrometa
Olha a coisa tá ficando preta “
A produção musical de “A coisa tá preta” busca acabar com o estereótipo de que todas as coisas pretas ou negras são ruins. Uma música profundamente necessária para mudarmos ações que nem percebemos que são prejudiciais. Se a coisa está preta, a coisa está boa!
6. Cota não é esmola! – Bia Ferreira
” E nem venha me dizer que isso é vitimismo
Não bote a culpa em mim pra encobrir o seu racismo!
São nações escravizadas
E culturas assassinadas
É a voz que ecoa do tambor
Chega junto, venha cá
Você também pode lutar, ei!
E aprender a respeitar
Porque o povo preto veio para revolucionar”
Uma música-relato. Uma abdicação por direitos, forte e necessária. Bia Ferreira poetiza sobre a realidade de meninas e mulheres na periferia, tendo que conciliar os estudos com as dificuldades financeiras do dia a dia. Todos têm oportunidades iguais? Essa é a pergunta que a cantora busca responder
Mês da Diversidade Cultural
Durante todo este mês de novembro, o Educa SC apresenta uma série de conteúdos no canal e no portal para falar sobre a Diversidade Cultural e importância de discussão sobre o assunto nas escolas catarinenses.