Já imaginou ter aulas na horta da escola? Esta é a realidade dos alunos dos Anos Finais do Ensino Fundamental da Escola de Ensino Básico (EEB) Nereu de Oliveira Ramos, em Guaraciaba. Com a oportunidade de consumir alimentos frescos, os jovens desenvolvem habilidades que vão além do cuidado com a natureza.
Ter uma horta escolar foi ideia do professor de agricultura Fernando Reis, responsável por comandar os trabalhos. Ao todo, 28 pessoas participam do processo que inclui a escolha dos itens, o cuidado com o solo e a colheita.
As atividades começaram em abril deste ano e os alimentos escolhidos para a horta da escola foram alface (150 mudas), repolho (50 mudas) e rabanete (duas gramas/semente). O espaço para a plantação e a época do ano foram os critérios usados para escolher o que seria cultivado.
A unidade faz parte do projeto Escola do Campo e o propósito nasceu do desejo de transformar o espaço com experiências. “A ideia surgiu para ter uma escola diferenciada, com uma nova forma de ensino e projetos inovadores”, conta o professor.
Cada aluno poderá levar um pé de salada para casa e o restante será vendido. O dinheiro arrecadado deve ser usado para custear despesas, incluindo viagens e jogos. “Eles gostam da prática. A sala de aula, somente, torna-se cansativa e eles preferem esse tipo de tarefa”, destaca o educador.
A escola já tinha uma horta escolar medicinal, pomar e um espaço de campo, mas o ambiente foi otimizado para possibilitar os projetos de agricultura.
Horta da escola: qual é o objetivo?
Engana-se quem pensa que a horta da escola oferece apenas o benefício de estar próximo da natureza. Existem outras habilidades que podem ser desenvolvidas, incluindo a interação social e o trabalho em grupo.
A alimentação saudável e a economia também fazem a diferença, modificando o entendimento sobre algumas atividades simples, como comer e comprar.
Para Fernando Reis, a proximidade com o campo é importante para quem vive na cidade, sendo uma oportunidade de expandir o conhecimento. “Além de aprimorar o gosto pelo plantar e produzir, os alunos desenvolvem a liderança, o espírito coletivo, o cuidado com as plantas, o solo e a natureza.”
Produzir um alimento saudável e sem agroquímicos na horta da escola desperta o poder da criação. “Eles podem usar a criatividade, inclusive para futuros projetos de vida”, menciona Fernando.