A alfabetização é, provavelmente, um dos processos mais difíceis de toda a vida escolar. Apesar de não lembrarmos, aprender a ler e a escrever requer muita paciência, esforço e autonomia. Com a vontade de revolucionar este processo, a Escola de Educação Básica (EEB) Eloisa M. Prazeres de Faria, em Biguaçu, deu aos estudantes a oportunidade de virarem autores de suas próprias histórias.
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Seja em casa ou na escola, o incentivo a leitura e a escrita nos primeiros anos da vida escolar do aluno precisa ser constante. Aliado a isso, não pode faltar o amadurecimento de fatores que aprendemos desde o nascer: criatividade, compreensão e participação em eventos do dia a dia.
Assim sendo, os professores João e Larissa começaram os trabalhos com três turmas do primeiro ano das Anos Iniciais do Ensino Fundamental. A ideia era transformar a ampliação de metodologias ativas para auxiliar os estudantes na alfabetização, a partir da inscrição no projeto Estante Mágica.
O projeto faz parte de uma empresa de impacto social que busca contribuir para que a educação seja um processo transformador para as crianças, tornando-as protagonistas das suas trajetórias.
Para colocar este objetivo na prática, eles promovem um projeto em que alunos de todo o Brasil – e mais sete países do mundo – escrevem e ilustram seus próprios livros e comemoram a conquista com um evento de autógrafos.
Já são mais de 800 mil alunos impactados e, a partir deste ano, os estudantes da EEB Eloisa M. Prazeres de Faria fazem parte dessa iniciativa.
O envolvimento da comunidade escolar
Eliane Bartz, diretora da unidade, conta que uma das inspirações para participarem da iniciativa foi o grande interesse dos alunos pela literatura infantil. Histórias como O Menino do Dedo Verde, Menina Bonita do Laço de Fita e A Cigarra e a Formiga não podem faltar na biblioteca escolar.
“O envolvimento da família foi fundamental. Trabalhamos muito com eles, pois sabíamos que para tornar este projeto realidade, precisaríamos desta parceria. A colaboração mútua escola-família além de incentivar os alunos, deu uma base forte de apoio nos dois ambientes que eles mais frequentam”, conta a diretora.
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Cada aluno se tornou um jovem escritor. Com apenas seis anos de idade, eles conseguiram escrever seis páginas e desenhar seis ilustrações para compor sua obra. Foram várias as histórias que surgiram, já que o tema era livre: desde narrativas fantásticas com personagens mágicos até contos que abordam temas cotidianos da vida das crianças.
Além disso, no final de suas histórias eles fizeram uma biografia. Para Eliane, esse foi o ápice de todo o processo, pois é o momento em que eles se veem na foto e contam, com muito orgulho, quem são.
“Os temas foram diversos. Isso tornou as histórias ricas, pois nasceram do dia a dia de cada um. As produções que mais me encantaram foram as que relataram algum acontecimento real, tornando o livro parte da vida da criança”, relata.
Após concluídas as produções, A Estante Mágica foi fechada com chave de ouro com a Noite das Estrelas. Lá, os pequenos alunos viraram renomados autores, com um espaço para autógrafos e leitura de seus textos.
O momento foi muito especial para toda a comunidade escolar, pois além dos estudantes presentes, as famílias vieram prestigiar seus pequenos. Dessa forma, o protagonismo e a valorização estudantil atingiram o seu ápice, proporcionando um momento que ficará marcado no coração e na lembrança de cada um.