Seja pela complexidade dos cálculos ou pela dificuldade em entender as regras, a matemática é um dos componentes curriculares mais temidos. Mas como sair da teoria e aprender na prática? Foi assim que os alunos da terceira série do Ensino Médio da Escola de Educação Básica (EEB) Governador Ivo Silveira aprenderam sobre educação financeira na escola.
Leia mais: Professores criam projeto sobre orçamento familiar e gravidez na adolescência
Acompanhando a mudança na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e o foco na formação dos indivíduos, indo além do que está nos livros, o intuito foi facilitar o aprendizado dos jovens, provando que existem inúmeras contas e problemas que são resolvidos na escola, mas que também fazem parte da vida adulta.
Para que a turma pudesse vivenciar o processo na pele, a professora Karlla Morales Batista propôs alguns problemas e instigou a busca pelas soluções. Com um orçamento familiar definido, contas fixas e despesas que estavam além do programado, o desafio dos estudantes era conseguir administrar a verba, sem deixar de lado nenhuma dívida.
“O tema central era a educação financeira. Os problemas compreenderam a gestão financeira familiar e investimentos”, conta a educadora. Os adolescentes precisaram resolver diversas questões, desde as dívidas no cartão de crédito até um golpe telefônico — uma “família” precisou entender o processo e ajudar a avó, vítima de golpistas que fizeram um empréstimo.
Para facilitar a organização, os grupos receberam algumas orientações para planejar o passo a passo, desde a identificação do problema até a solução.
“Para alguns, o início foi bem difícil por nunca terem tomado decisões do tipo, mas a maneira como eles se desenvolveram ao longo do mês foi surpreendente, tanto pelo interesse, pelo desenvolvimento nos cálculos, porque são cálculos que eles precisariam na vida adulta, quanto pela evolução no senso crítico”, comenta a professora.
Ao todo, foram 50 horas de trabalho, e o projeto de educação financeira na escola, que fez parte da rotina por um mês, já agregou um resultado visível: alunos mais motivados, estudando matemática com dedicação, entendendo melhor o papel do conteúdo escolar, e estudantes do terceiro ano relatando que nunca haviam pensado sobre isso e que se sentem mais preparados para a vida, de acordo com a professora.