O ano de 2021 foi marcado por inúmeros desafios, desde a elevação assustadora do número de vítimas do coronavírus até o início da vacinação da população. Na educação não foi diferente: escolas voltaram às aulas presenciais, impactos na saúde mental de alunos e professores, crises do Inep e na Capes, entre vários outros fatores.
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Para relembrar tudo o que aconteceu na educação em 2021, separamos os cinco principais que merecem destaque.
1. Vacinação dos profissionais de ensino
Os professores e demais profissionais de ensino da rede pública e privada fizeram parte de uma das categorias prioritárias na vacinação contra a Covid-19. O projeto de lei foi sancionado em fevereiro, mas só no início de junho que os educadores começaram a imunização em todo o país.
Segundo o deputado Alexandre Frota (Psdb-Sp), autor da proposta, a consequência da falta das aulas presenciais vinha causando grandes problemas na formação intelectual e social dos estudantes. Dessa forma, com professores vacinados, as aulas poderiam voltar com mais segurança.
2. Piso salarial de R$ 5 mil para professores estaduais de SC
A Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) aprovou a garantia do piso salarial de R$ 5 mil reais para professores com Ensino Superior completo que atuam na Rede Estadual de Santa Catarina.
A notícia foi muito bem recebida entre os profissionais da educação, pois o aumento do piso significa a valorização e o reconhecimento do trabalho do professor. Os educadores tiveram um papel essencial e muito desafiador durante o isolamento social, reinventando-se e superando desafios dentro das aulas remotas.
A proposta abarca os professores que fazem jornada de 40 horas semanais e possuem nível superior completo. Com isso, quase 50 mil profissionais entre efetivos, temporários (ACTs) e aposentados foram beneficiados.
Uma das consequências visíveis do aumento do piso salarial foi o grande número de inscrições nos editais para professores admitidos em caráter temporário, ultrapassando em vários pontos o que o governo tinha esperado em comparação com o ano anterior.
3. Mudanças no Prouni
Proposta pelo Governo Federal, as mudanças no Programa Universidade para Todos (Prouni), trouxeram diversas discussões acerca da desigualdade do acesso ao ensino superior no país. Anteriormente, o programa – que concede bolsas de estudos integrais ou parciais para a entrada em faculdades privadas – era destinado apenas a participantes de baixa renda.
Requisitos anteriores:
- Participante deveria ter cursado o Ensino Médio completo em escola da rede pública ou em escola da rede privada como bolsista integral.
- Pessoas com deficiência.
- Bolsa de 100% para estudantes com renda bruta familiar de até 1,5 salário mínimo por pessoa.
- Bolsa de 50% para estudantes com renda bruta familiar de até 3 salários mínimos por pessoa.
Requisitos após Medida Provisória:
- Participante deverá ter cursado o Ensino Médio completo em escola da rede pública ou em escola da rede privada como bolsista integral ou parcial da própria escola.
- O percentual de pretos, pardos ou indígenas e pessoas com deficiência será considerado de forma isolada, e não mais em conjunto.
- Na seleção, também está incluída a possibilidade de dispensa de apresentação do documento que comprovem a renda familiar e a situação de pessoas com deficiência, quando as informações estiverem disponíveis em bancos de dados de órgãos do governo.
4. Volta às aulas e ensino híbrido
Com a volta às escolas, no segundo semestre de 2021 – depois de mais de um ano em ensino remoto –, a maioria das instituições de ensino do país adotaram o sistema híbrido de educação, com a junção de aulas presenciais e remotas.
Porém, segundo pesquisa do Fundo de Emergência Internacional das Nações Unidas para a Infância (Unicef), cerca de 13% dessas redes ainda mantêm o ensino totalmente remoto.
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O motivo mais relevante para o não retorno total presencial das aulas é a saúde mental dos alunos e professores, além da segurança sanitária. Por ficaram muito tempo em casa por conta coronavírus, muitos estudantes e educadores começaram a sentir altos níveis de ansiedade e pânico.
5. Aumento nos índices de evasão escolar
Cerca de 244 mil crianças e adolescentes entre 6 e 14 anos ficaram fora das escolas no Brasil no segundo trimestre de 2021. Este número expressa um aumento assustador de 171% em relação ao mesmo período em 2019.
Antes, os estudantes que não frequentavam a escola, representavam 0,3% do total. Hoje, eles fazem parte de 1%, maior nível observado nos últimos seis anos.
Uma das explicações para tais dados é a pandemia. Com o início do ensino remoto, muitos alunos não tiveram a oportunidade de acompanhar as aulas por conta da falta de acesso em casa.
Além disso, muitos pais perderam o emprego no início da quarentena, fazendo com o os filhos precisassem largar os estudos para participar da renda da família.