Mês da diversidade: a importância da temática nas escolas

No mês de novembro é vivido o Dia da Consciência Negra; confira a necessidade de tratar sobre a diversidade em todas as épocas do ano

Sala de Aula Publicado em: Autor: Júlia Duvoisin

No dia 20 de novembro morria Zumbi dos Palmares, assassinado em um conflito no ano de 1695. Líder do maior quilombo da era colonial, sua morte se transformou em símbolo: o Dia da Consciência Negra. Porém, apesar de ser uma data simbólica, ela não é comemorativa. Novembro se tornou o mês da diversidade, trazendo discussões relevantes acerca da importância do respeito às diferenças.

DIVERSIDADE

Ensinar os alunos assuntos relacionados a diversidade deve ir além do Mês da Consciência Negra – Foto: iStock/ Divulgação/ Educa SC

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A escola, além do objetivo de ensinar os conteúdos programáticos, possui a função de moldar os cidadãos do futuro. Desta forma, tratar de temas relacionados à diversidade e ao reconhecimento de diferentes culturas e etnias, como quesito fundamental na formação da identidade brasileira, mostra-se fundamental.

Além disso, alunos e professores de diferentes lugares, passados, religiões, raças e vivências frequentam um mesmo local, tendo a obrigatoriedade de conviver com a diversidade. Combater qualquer tipo de preconceito, sobretudo o racismo, precisa ser um dos principais propósitos das instituições de ensino.

Importância da conscientização permanente

Para Alessandra Cristina Bernardino, assistente técnico pedagógica da Secretaria de Estado da Educação de Santa Catarina, o princípio educativo da diversidade deve ser estudado, discutido e vivenciado todos os dias, tanto no ambiente escolar quanto fora dele. No mês da Consciência Negra, é preciso reforçar esses ensinamentos.

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“É necessário ressaltar a importância de dar voz, vez e reverenciar a presença de grupos étnicos e culturais que contribuíram para a formação do nosso país por meio do trabalho e da vida. Esses grupos são discriminados diariamente em nossa sociedade”, ressalta Alessandra.

Dentro das salas de aula e corredores escolares, as práticas que expressam estereótipos, preconceitos, discriminações e racismo têm impactos significativos na vida de quem sofre. “O abandono escolar e o baixo rendimento é um reflexo direto do racismo estrutural no interior da escola”, conta a pedagoga.

Por estes motivos, é necessário uma postura política de enfrentamento ao racismo e aos preconceitos. Não basta apenas reconhecer a sua existência, mas se dedicar para compreender sua complexidade como forma estruturante dentro das relações sociais, sobretudo, na escola.

Marcos na luta pela igualdade

Os anos de 2003 e 2008 foram marcantes para a orientação do diálogo sobre diversidades nas escolas. As leis 10639/03, de obrigatoriedade do ensino de história e cultura africana e afro-brasileira; e a lei 11645/08, de inclusão do conteúdo indígena, surgiram.

Porém, mesmo com a legislação brasileira a favor de um ensino mais humano e inclusivo, muitas instituições abordam o tema de forma rasa e estereotipada.

“No Brasil, a educação precisa focar na temática das relações raciais que dialogue com a história e a cultura africana e afro-brasileira, herança de mais da metade da população. Além da história indígena, europeia e asiática, combatendo a evasão escolar dos estudantes negros(as), uma vez que possam se sentir representados no ambiente escolar”, completa Alessandra.

Com atividades realizadas não somente no mês de novembro, a partir de diálogos, projetos que tratem de todas as etnias, textos e literaturas com autores africanos e indígenas, a desconstrução do imaginário de preconceitos enraizados torna-se mais palpável.

Mês da Diversidade Cultural

Durante todo este mês de novembro, o Educa SC apresenta uma série de conteúdos no canal e no portal para falar sobre a Diversidade Cultural e importância de discussão sobre o assunto nas escolas catarinenses.

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