Joinville, a cidade mais populosa de Santa Catarina, possui uma rica história – desde sua colonização até os dias de hoje. A base para a potência industrial que o município é hoje foram as tradições trazidas por imigrantes alemães, suíços e noruegueses que se expressam na arquitetura, culinária e cultura dos habitantes.
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No início de março de 1851, 118 imigrantes – 75 suíços, 43 alemães e 61 noruegueses – chegaram à Colônia Dona Francisca. Vindos na Barca Colon, que aportou em São Francisco do Sul, os novos habitantes da região foram transportados em pequenas canoas pelo Rio Cachoeira até a desembocadura do Rio Mathias.
A maioria desses primeiros colonos não chegaram à antiga Joinville estimulados pelo espírito pioneiro, como foi visto em outras regiões do Estado. Vieram porque seus países de origem passaram por uma profunda crise econômica. Eram cidadãos desesperados e desprezados, que resolveram que iriam encarar o desafio de uma nova vida porque não tinham outra opção.
Quem passa pela região central de Joinville e observa o monumento da Barca Colon não imagina que os primeiros habitantes encontraram apenas um barracão rodeado por mata nativa e muitos animais exóticos.
Passado na realeza
Para entender como a Colônia Dona Francisca se tornou a maior cidade de Santa Catarina é necessário olhar para alguns anos antes de 1851. O casamento da princesa brasileira Dona Francisca Carolina, irmã de Dom Pedro Segundo, com o príncipe François Ferdinand Philippe de Orléans, filho do rei da França, Luís Filipe Primeiro, foi o começo de tudo.
Com a união, o casal recebeu um pedaço de terra na região Sul do Brasil, equivalente a 25 léguas, denominado Domínio Dona Francisca. A Europa vivia um momento tumultuado e a deposição do sogro da princesa, fez com que ela voltasse ao radar da família real, como uma possibilidade de comercializar terras e aumentar a renda financeira.
Foi assim que surgiu Joinville. Hoje, 170 anos depois da chegada dos primeiros residentes, a cidade é uma das mais industrializadas do país e possui um cenário cultural fantástico, principalmente relacionado à dança.
Para estudar a imigração na prática, confira cinco pontos turísticos do município que você não pode perder!
1. Museu Nacional de Imigração e Colonização
Desde 1957, o Museu é uma instituição que foi criada para tratar da imigração no Sul do país. Encontra-se inscrito no Roteiro Nacional de Imigração (IPHAN/MINC), projeto de pesquisa e preservação do patrimônio cultural das comunidades descendentes de imigrantes.
Ele guarda memórias, histórias, móveis e objetos de época. As peças revelam aspectos da vida rural e urbana da Colônia Dona Francisca.
2. Rua das Palmeiras
Em conjunto com o Museu Nacional de Imigração e Colonização, existe a Rua das Palmeiras. A rua de paralelepípedos conta com 86 palmeiras Imperiais, 56 delas plantadas em 1873. Em 2005, foi tombada como patrimônio histórico e artístico nacional pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
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3. Praça dos Suíços
Localizada na Rua 15 de Novembro, a Praça dos Suíços foi inaugurada em 2001 como homenagem aos imigrantes suíços que chegaram na então Colônia Dona Francisca, em 1851. Fica próxima ao Museu de Arte de Joinville. A Praça conta com uma escultura, árvores e um laguinho super simpático. Um ótimo local para fazer um piquenique no final da tarde.
4. Cemitério do Imigrante e Casa da Memória
O cemitério é um local de preservação histórico-cultural, anexo à Casa da Memória. Possui cerca de 490 sepulturas, embora o número de sepultados supere os dois mil, entre imigrantes e seus descendentes.
A sua localização foi determinada pela Companhia Colonizadora de Hamburgo, responsável pela formação da Colônia Dona Francisca. O primeiro sepultamento aconteceu em Dezembro de 1851. O cemitério funcionou até o ano de 1913 e foi tombado em 1962, pelo IPHAN como patrimônio histórico.
5. Arquivo Histórico
Localizado na Avenida Hermann August Lepper, o Arquivo Histórico é reconhecido nacional e internacionalmente pela preservação de documentos históricos, especialmente artigos sobre a imigração europeia para o Brasil no século 19.