Experiência escolar leva alunos a testar proteína do ovo associada ao vírus da Covid-19

Alunos da terceira série do Ensino Médio da EEB Gregório Manoel de Bem, em Laguna, fizeram experiência com clara de ovo em uma analogia ao vírus da Covid-19, na aula de química

Notícias das Escolas Publicado em: Autor: Nathália Melo

No ano passado, quando o vírus da Sars-CoV-2, causador da Covid-19, começou a infectar milhares de pessoas ao redor do mundo, surgiram muitos comentários sobre quais substâncias seriam eficazes contra o novo coronavírus.

Em Laguna, no litoral Sul do Estado, alunos da terceira série do Ensino Médio da Escola de Educação Básica (EEB) Gregório Manoel de Bem fizeram uma experiência prática no laboratório da unidade: para simular o vírus da Covid-19, os estudantes usaram a clara do ovo, que contém a albumina – proteína também encontrada no sangue e no leite – para testar a eficácia de algumas substâncias no combate ao Sars-CoV-2.

Estudantes da terceira série do Ensino Médio da Escola de Educação Básica Gregório Manoel de Bem, de Laguna, no laboratório de química, fazendo experimentos com substâncias reagentes e o vírus da Covid-19

Estudantes observaram a interação de reagentes com a proteína da clara do ovo associada ao novo coronavírus – Foto: EEB Gregório Manoel de Bem/Divulgação Educa SC

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Na atividade orientada pela professora Gabriela Hornke Alves e o professor Pedro Goulart, os alunos analisaram substâncias como água sanitária, suco de limão, álcool 30%, 70% e 95% – reagem diante da proteína albumina. Atividade proposta em laboratório escolar não utilizou de nenhum vírus no ambiente educativo, apenas elementos comparativos e presentes no dia a dia.

De acordo com Gabriela, os estudantes aprenderam conceitos sobre a concentração de soluções, proteínas e da função oxigenada do álcool. “Eles observaram que a concentração da solução de álcool, bem como a ação da substância sobre o vírus, apresenta uma relação direta e que apesar de uma solução 95% ser eficiente, uma solução 70% também é, ou seja, tem-se uma redução de custo bem como uma menor desidratação de pele humana, como foi usado muito frequentemente durante a pandemia” explica.

Segundo a educadora, os alunos ficaram curiosos e motivados com o exercício. “A experiência de desenvolver essa atividade foi muito satisfatória e pude perceber que nossa atividade docente só faz sentido quando além de transmitir conhecimentos podemos ter a oportunidade de orientar a conexão dos mesmos, e isso é muito gratificante.”

Tubos de ensaio com reagentes utilizados em atividade de química no laboratório da EEB Gregório Manoel de Bem

Entre as substâncias testadas pelos estudantes, álcool 70% se mostrou eficaz no combate ao Sars-CoV-2, causador da Covid-19 – Foto: EEB Gregório Manoel de Bem/Divulgação/Educa SC

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O estudante Gabriel Duarte Adriano, 17, fala que a experiência serviu para ver, na prática, que nem todas as informações da mídia eram verdadeiras.

“Eu achei muito interessante, devido ao fato da situação que todos vivenciamos no ano passado, com todos esses transtornos da pandemia e justamente a nossa experiência se tratava da clara do ovo que se assimila a composição do vírus. Podemos ver o que realmente funciona para combatê-lo.”

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De acordo com o adolescente, com o experimento, ele e os colegas conseguiram perceber que alguns elementos utilizados no combate ao vírus no dia a dia, não possuem eficácia. A água sanitária, por exemplo, quando testada pelos estudantes não obteve o resultado esperado.

Resultado final

Ao final da atividade, a turma da terceira série do Ensino Médio da EEB Manoel Gregório de Bem pode perceber que o produto mais eficiente no combate ao vírus causador da Covid-19 é o álcool 70%. Outras substâncias, como água sanitária, suco de limão, álcool 30% e 95% foram descartados. A professora Gabriela explica o motivo:

“O álcool 95% também funcionaria, mas se eu uso uma concentração 70%, eu vou usar uma quantidade menor, então, consequentemente vou ter um custo menor. No Brasil, a gente estava precisando produzir muito álcool para suprir a demanda, então o 70% funciona e, como ele é aplicado diretamente na pele, não agride tanto, porque o álcool tem essa capacidade de causar desidratação da pele. A gente fez essa prática e vimos a desnaturação da proteína, o que não aconteceu com o limão e a água sanitária.”

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