Os momentos mais marcantes da escola são quando colocamos a mão na massa e construímos projetos que não imaginávamos que éramos capazes, certo? A 10ª Feira Regional do Conhecimento de Itapiranga chega no ano de 2021, depois dos desafios da pandemia, como uma oportunidade de transformação por meio da pesquisa.
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Com mais de 15 escolas participantes, os 41 projetos apresentados foram um marco no mês de novembro com seu caráter criativo, coletivo e inovador. A Feira Regional sempre foi um momento de coletividade, tanto para os alunos e professores que trabalham juntos para fazer o melhor trabalho possível, quanto para a integração de unidades da rede de ensino pública.
Em virtude da pandemia e das medidas sanitárias de distanciamento, pela primeira vez na história, o evento não ocorreu no ano de 2020. Segundo Leandro Mayer, coordenador, o impacto que a falta da não realização fez foi muito significativo.
A falta dos projetos
Talvez por este motivo, a participação da comunidade escolar com a volta da atração em 2021, ainda online, teve um sentido diferente: a motivação foi muito maior. É o que conta Eder Weber Alvarenga, professor de Matemática da Escola de Educação Básica (EEB) Santo Antônio, localizada em Itapiranga.
“Os alunos que foram à Feira são destaque na nossa escola. É interessante pontuar que este ano, por não termos a Feira escolar, foram eles que foram atrás para fazer o projeto. Fizemos os trabalhos apenas com quem queria, o que foi legal, porque foi uma iniciativa deles. Criamos três projetos a partir disso”, conta o professor.
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Para Eder, a Feira do Conhecimento é muito importante para o desenvolvimento completo do aluno e de suas relações interpessoais. É um trabalho coletivo, em que os pais também fazem parte da construção dos projetos. Com um propósito comum, eles se envolvem, pesquisam e constroem os trabalhos, sempre se desafiando a propor algo diferente. “Todos sempre saem melhor do que entraram.”
Adaptação à novos desafios
O desafio deste ano, além da construção de projetos inovadores, foi o fato de que os alunos teriam que gravar vídeos – já que a apresentação seria de forma remota. Juntos, professor e alunos, descobriram este novo mundo das filmagens e edições.
A aluna Maria Eduarda Buss Koerbes conta que participar do projeto foi uma experiência única, pois a realização do trabalho foi leve, com parceria, dedicação e alegria em todos os processos de execução.
“A feira foi realizada em uma modalidade diferente, trazendo consigo tecnologias e a busca pelo saber. Apresentar o projeto por vídeo foi uma experiência nova e desafiadora, mas tivemos muita felicidade de executá-la com o professor Eder, que nos guiou e deu suporte”, relata a aluna.
Coletividade na pesquisa
O sucesso da Feira só é possível por causa de uma soma gigante de esforços. Leandro conta que os seus colegas da coordenadoria estão envolvidos em todos os processos e que é graças a todo este envolvimento, participação e comprometimento que o evento ocorre tão bem.
“Eu sou pesquisador, trabalho há muitos anos com pesquisa e é isso que nós precisamos fomentar em nossos alunos. Nós precisamos fazer com que esse conhecimento, esse estudo, faça sentido na vida deles. Quando você consegue materializar a teoria na prática em projetos que são expostos em uma feira, uma grande chave é virada”, expressa o coordenador.
O propósito da Feira conseguiu impactar a visão de Maria Eduarda em torno destes assuntos. “Realizar tais projetos é de suma importância, tanto para a escola quanto para a sociedade. A busca por conhecimento nunca deve ser deixada de lado. Ao participar desses eventos, a escola, como um todo, se anima, cria um espírito de coletividade e desperta no aluno a curiosidade.”
A aplicação da prática nos projetos
Dentro da EEB Santo Antônio, os projetos colocados na Feira já faziam parte da rotina escolar. Tanto na parte de Física, quanto na de Matemática, o ensino da teoria está aliada à prática nos laboratórios. O motivo disso é que existem diversos tipos de alunos que aprendem de forma diferentes.
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“Quando desenvolvemos habilidades e competências diferenciadas, a absorção do conhecimento é bem maior para aqueles colegas que têm uma maneira de aprender fora do que é considerado ‘tradicional’”, explica o professor Eder.
Os três projetos desenvolvidos pela escola foram:
- Construindo com as mãos: maquete de uma casa com um projeto elétrico e hidrossanitário. A escala foi de 1/33.
- Pasta de dente de elefante: reações químicas da água oxigenada com reagentes que liberam o oxigênio da substância, formando uma espuma de oxigênio.
- Reprodução de bloqueio e tração: reprodução e construção de sistemas de bloqueio e tração de máquinas e caminhões, explicando seu funcionamento.
“Penso que o professor tem o dever de desafiar seus alunos. Porque desafiando-os, o professor também é desafiado, indo atrás do conhecimento e de metodologias diferentes. Desta forma, saímos da zona de conforto. As coisas mais excepcionais acontecem justamente fora da sua zona de conforto”, conclui o professor Eder.
Nesta sexta-feira (26) serão anunciados os três trabalhos destaques de cada categoria da Feira do Conhecimento Regional de Itapiranga. A Feira acontece todos os anos em parceria com a iniciativa privada. Neste ano, todos os alunos e professores participantes receberão um fone de ouvido sem fio como forma de reconhecimento e incentivo.