Quando o fim do ano se aproxima, alunos ao redor do Brasil se preparam para participar de uma das provas mais importantes: o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A prova, que existe desde 1998, é realizada com o intuito de ingressar no Ensino Superior,
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Com quase 25 anos de existência, o Enem já deu oportunidade para inúmeras pessoas realizarem seu sonho de entrar em universidades no Brasil e até no mundo. Chegando na sua 24 edição, a prova já passou por várias mudanças e é recheada de curiosidades. Vamos conferir algumas delas?
Número de questões era menor que 100
Quando o exame foi criado, não eram as 180 questões que são feitas hoje em dia, muito menos a divisão para realização em dois dias. Antigamente, a prova continha “apenas” 63 questões e a redação. Além disso, era aplicada em um só dia, com cinco horas e meia de duração, em 164 cidades ao redor do Brasil.
A mudança veio em 2008, quando o Enem passou a ter 180 questões junto da redação, além, é claro, da realização no sábado e domingo — a mudança foi extremamente importante para os alunos.
Esses, já passam o ano inteiro se preparando para a prova e apesar de ter mais questões do que antigamente, era necessário fazer a divisão para dois dias, para que os estudantes pudessem se concentrar melhorar, sem se sobrecarregar.
A segunda maior prova do mundo
Considerada uma das, se não, a maior prova do Brasil, o Enem é hoje a segunda maior prova do mundo. Com milhões de pessoas inscritas todos os anos, o exame nacional fica atrás do que é realizado na China, o Gaokao.
Uma grande diferença entre as duas provas é que no Brasil os alunos podem realizar o Enem quantas vezes quiserem, enquanto o Gaokao só pode ser feito uma vez. Ou seja, no nosso país o estudante tem mais chance de conseguir uma vaga em alguma universidade.
Enem digital
Como tudo hoje em dia está online, até o próprio exame foi parar na telinha do computador. Em 2020, decorrente da pandemia, o Ministério da Educação realizou, com 100 mil alunos ao redor do Brasil, o Enem Digital. A prova foi realizada em 60 cidades de 18 estados estados brasileiros.
Apesar de ter sido apenas um teste, principalmente por conta do que estava acontecendo em 2020 e 2021, a ideia é que em 2026 a prova se torne totalmente virtual, não precisando mais do papel e dando oportunidade até para questões interativas.
Rejeição do digital
Falando do Enem Digital, é importante mencionar que, no seu primeiro ano de realização, ou seja, 2020, a prova teve uma ausência de 70% dos inscritos. Muito se deu por conta da pandemia e do deslocamento que alguns alunos teriam que realizar.
Apesar disso, o próprio Enem presencial também sofre com ausências em grande escala. Se comparado com o digital em 2020, a prova alcançou mais da metade de faltas, chegando a 55,3% — um número grande de ausentes.
O “chute” pode não ser a solução
Quem nunca deu um “chute” em uma prova, não é mesmo? É normal olhar uma questão, ficar em dúvida e escolher a que mais convém, mas no Enem isso nem sempre é bom. O exame utiliza o método de correção Teoria de Resposta ao Item (TRI), que começou a ser usado em 2009.
O TRI analisa cada questão a partir do grau de dificuldade. No caso do Enem, as mais fáceis valem mais pontos e mais difíceis, complexas, tem um valor menor no resultado final. Então, caso o aluno resolva “chutar” as questões difíceis, vai ver um resultado menor.
Por conta disso é que acontecem as disparidades nas notas. Dois alunos, por exemplos, podem acertar o mesmo número de questões, mas ter resultados finais diferentes por conta do TRI.
Onde usar a nota
Ao realizar o Enem e receber a nota, o aluno pode entrar em faculdades ao redor do Brasil e até do mundo, sejam elas privadas ou públicas. Como fazer isso? O estudante tem três opções: o SISU, ProUni e FIES.
No SISU o aluno usa a nota para entrar em faculdades públicas. A pessoa faz a inscrição e precisa acompanhar o sistema para verificar em qual faculdade vai conseguir ingressar.
Já o ProUni é focado em universidades privadas. O objetivo é conceder bolsas de estudos integrais ou parciais para estudantes de baixa renda. Para requerer o benefício, o educando precisa ter feito o Ensino Médio em rede pública ou ter sido bolsista integral na rede privada.
O FIES, focado nas faculdades privadas, utiliza a nota do Enem para requerer um financiamento estudantil em programas do governo, como o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Esse programa exige que o estudante tenha uma média de 450 pontos no exame e não tenha zerado a redação, caso contrário, não é possível utilizar o método de entrada.
Você ainda pode usar a nota do exame nacional para entrar em algumas faculdades ao redor do mundo, como Portugal, Estados Unidos, Canadá e até Irlanda. Todos esses países possuem universidades parceiras do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Enem e a relação com o Ensino Médio
O exame é realizado por aqueles que querem treinar ou por quem já está nessa fase final e busca uma graduação. Mas até anos atrás, a prova oferecia algo a mais: um certificado de conclusão do Ensino Médio.
Entre 2009 e 2016, se você não tivesse concluído essa fase, poderia fazer o Enem e, dependendo da nota, ganhar o certificado. Mas isso parou de ocorrer em 2017, quando o Exame Nacional para Certificação de Competência de Jovens e Adultos (Encceja) passou a existir. Agora, o Enem é para treineiros e quem está buscando uma graduação.