Projeto SONA: professora desenvolve atividade de produção textual ligada ao Dia da Consciência Negra

Ana Paula Schmitt Santiago atrela o Dia da Consciência Negra ao seu planejamento estudantil; neste ano, escolheu o Projeto SONA como forma de ensino

Notícias das Escolas Publicado em: Autor: Felipe Vecchio

Todos os anos a professora Ana Paula Schmitt Santiago, da Escola de Educação Básica (EEB) Professora Tânia Mara Faria e Silva Locks, de Biguaçu, inclui no planejamento estudantil alguma atividade relacionada ao Dia da Consciência Negra. Em 2022, ela desenvolveu o Projeto SONA, uma atividade que faz ligação à cultura africana.

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SONA

Projeto SONA foi desenvolvido pelos estudantes do oitavo ano da EEB Professora Tânia Mara Faria e Silva Locks – Foto: Ana Paula Schmitt Santiago

Para Ana Paula, que costuma procurar maneiras diferentes para ensinar seus alunos sobre diversos assuntos, foi uma forma boa de ligar o Dia da Consciência Negra com os trabalhos de sala. “Como estávamos trabalhando textos narrativos (contos) trouxe a obra ‘Sona – Contos africanos desenhados na areia’ e fizemos uma roda de leitura e contação no pátio da escola”, explicou a professora.

Com a leitura do livro, ela conta que os educandos puderam conhecer a história do povo Quioco, uma das etnias da Angola e também entender sua arte ancestral, que era a de contar histórias através de desenhos na areia, o SONA.

Mas, como o objetivo da atividade não era apenas conhecer a cultura de um povo, Ana revela que trouxe mais obras e que aí se deu inicio ao trabalho. “Trouxe mais obras de contos africanos para leitura e, posteriormente, desafiei-os a pesquisarem contos africanos na internet e selecionarem um”, falou a professora.

Projeto SONA em ação

Com os contos lidos e escolhidos, a educadora fala que os estudantes se dividiram em grupos e deram início ao Projeto SONA. “Deveriam imaginar representações para ilustrarem ao contar a história”, falou ela.

Porém, como qualquer atividade escolar, o Projeto SONA não foi fácil para os alunos. Toda atividade assim, que tem uma imensidão nela, seja histórica ou cultural, deve ter muita pesquisa e muita atenção, para que não se tenha problema em retratar de forma certa o que está sendo lido.

Ana revela que por se tratar de um desenho, pode parecer fácil, mas que na verdade não é. “Importante dizer que parece fácil, mas não é! Os alunos se dedicaram muito na realização desse projeto, no desafio de retratar com pontos e linhas uma história. Além da contação da história, o projeto fez perceber que o SONA usa uma técnica incrível de habilidades“, explica a educadora.

E apesar de precisar de uma técnica tão precisa assim, como por exemplo, usar de uma coordenação motora fina, olho-mão, visuoespacial, oralidade, coerência, além das habilidades sensoriais, a docente conta que o autor explicar detalhadamente no livro a técnica, ajudou muito nas aulas de treino.

O ensino da cultura africana

O Projeto SONA, como Ana Paula explica, veio com o objetivo de ligar o trabalho em sala de aula com o Dia da Consciência Negra. Mas, um trabalho assim tem um ponto muito importante: explicar da maneira certa uma cultura nova para os estudantes.

A professora fala que, para criar esse projeto, foi necessário alguns passos antes. “Posso dizer que no primeiro momento foi preciso conectar os alunos ao universo de outras culturas, não só africanas, mas de outras regiões e localidades do nosso País”, explica a docente.

“E eles trouxeram histórias/contos populares que conheciam. A partir daí, fomos conectando e aproximando os olhares para culturas e regiões diferentes e chegamos ao Continente Africano. Mas eles nunca tinham ouvido falar na tradição de contar uma história e ilustrá-la na areia, o que despertou a curiosidade”, falou Ana.

O Projeto SONA acabou servindo também, para além de ensinar sobre uma cultura diferente, mostrar aos alunos que algumas habilidades estão prejudicadas, como a coordenação motora fina.

Para a educadora, isso tudo foi maravilhoso, tanto para ela quanto para os alunos. “Essa busca, essa conexão precisa estar presente nas nossas salas de aula diariamente para que possamos ter maior engajamento e interesse por parte dos estudantes. Despertar para a curiosidade, o desafio, é o que nossos cérebros, em constante aprendizagem, precisam!”, falou Ana Paula

E como uma forma de tornar o projeto ainda melhor, a docente enviou pelas redes sociais para o autor da obra, Rogério Andrade Barbosa, o trabalho e recebeu como resposta uma mensagem parabenizando o projeto e a criatividade dos alunos.

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