Uma alimentação rica em vitaminas, proteínas, sais minerais, gorduras, carboidratos e fibras é essencial para o bom funcionamento do corpo e da mente. Na infância, a combinação desses nutrientes promove o crescimento, o desenvolvimento e previne doenças como a obesidade e a anemia, além de prevenir problemas de saúde no futuro.
Leia mais: Como a alimentação saudável pode integrar alunos, professores e famílias?
Nesse sentido, ao perceber que os alunos do quinto ano do Ensino Fundamental da Escola de Educação Básica (EEB) Jornalista Jairo Callado, de Florianópolis, estavam levando lanches industrializados para o recreio, as professoras Giselle Diniz e Maria Lúcia Ribeiro desenvolveram um projeto interdisciplinar de Educação Alimentar e Nutricional (EAN).
Envolvendo as áreas do conhecimento Ciências Humanas e da Natureza, o projeto tem como objetivo mostrar aos estudantes de forma atraente, lúdica e educativa a importância de consumir alimentos saudáveis. A iniciativa teve a supervisão da orientadora educativa Kelly Maria Brasil e a colaboração do gestor da unidade de ensino, Almir Alves Júnior.
O projeto foi dividido em várias etapas, uma delas envolveu a plantação de uma horta flutuante no muro da escola. O modelo foi uma alternativa criativa encontrada pela professora Giselle Diniz para a falta de espaço na escola. Assim, em vasinhos construídos com garrafas pet, os alunos plantaram salsinha e cebolinha. Os temperos foram usados depois na maionese natural de leite que as professoras preparam para o lanche dos alunos. Todos os passos do projeto foram relatados no blogue da escola.
De acordo com Giselle Diniz, a troca de experiências foi maravilhosa, pois alguns alunos nunca tinham estado em contato com a terra antes. “Tinha crianças que nunca tinham mexido em areia, não conheciam as sementes e eu e a professora Lúcia mostramos para eles o que a gente ia plantar e todos nós trabalhamos em equipe” conta.
Leia mais: Escola de SC ganha concurso nacional com prática de alimentação saudável
Além da horta flutuante, os alunos trabalharam na confecção da pirâmide alimentar em que cada um foi responsável pela construção da sua própria pirâmide. Ao final do projeto, as crianças fizeram um sanduíche natural com o pão, os legumes e as verduras que as professoras levaram para a sala de aula. De sobremesa, os estudantes levaram frutas para comer.
Leia mais: Educação e saúde: confira os benefícios de plantas medicinais nas escolas
“Tinham crianças que nunca tinha comido nenhum tipo de salada, mesmo tendo salada na escola, agora eu vejo que a maioria traz fruta e quando tem salada no refeitório quase todo mundo coloca um pouco no seu prato, mesmo que seja uma folha de alface ou um pouquinho de cenoura”, comemora a professora Giselle.
De acordo com Almir Alves Júnior, gestor da unidade e apoiador do projeto de Educação Alimentar e Nutricional, iniciativas pedagógicas são importantes para escola porque complementam o currículo escolar, aliando teoria à prática. O projeto desenvolvido pela turma do quinto ano, segundo o diretor, possui enorme relevância pois promove qualidade de vida para os alunos.
“Os alunos são bastante beneficiados, saber a importância do que faz bem à saúde é muito importante para que perceba que a escola vai muito além da teoria. É uma transformação de vida” destaca o gestor.
Projeto inclui alunos da educação especial
Além de melhorar a qualidade de vida, o projeto de Educação Alimentar e Nutricional promove a inclusão de alunos com necessidades especiais.
Maria Lúcia Ribeiro é professora há mais de 26 anos e há quatro trabalha com alunos da educação especial na escola. Segundo a educadora, os estudantes são incluídos em todos os projetos pedagógicos desenvolvidos na unidade de ensino e no projeto de Educação Alimentar e Nutricional não foi diferente.
Leia mais: 3 TEDx Talks sobre diversidade e inclusão que você precisa assistir
“Aqui nós trabalhamos bem a inclusão, nós costumamos incluir os alunos em todas as atividades, eles não ficam de fora de nenhuma”, ressalta Maria Lúcia. De acordo com a professora – especialista na educação de alunos com necessidades especiais -, a experiência foi enriquecedora.
“Foi uma experiência incrível, até porque a gente foi mostrando para eles a importância de ter uma alimentação rica em vitaminas e quando a gente percebeu criança que nunca tinha comido verdura, que começou a se alimentar, como professora, para mim, o projeto foi muito enriquecedor.”