E se a música pudesse se transformar em um elo entre o passado e o presente? Na Escola de Ensino Fundamental (EEF) Polidoro Santiago, em Timbó, o renascimento da Fanfarra da Instituição, em 2019, uniu os novos alunos com os estudantes que frequentavam a unidade em 1970, ano da criação do grupo.
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A fanfarra é um conjunto musical que possui instrumentos de percussão e sopro. Inicialmente, elas participavam apenas de marchas temáticas. Porém, ao longo do tempo, estendeu para diversas representações artísticas e culturais em todo o país.
Na escola, na década de 70, a Fanfarra era mantida pela Associação de Pais e Professores (APP) com uma vasta parceria de músicos, instrumentos e recursos da igreja local. O grupo ficou ativo por 30 anos, levando alegria por onde passava, até não ter mais condições financeiras para prosseguir, em 2000.
Foi só no ano de 2019 que a Fanfarra foi reativada, servindo de resgate de uma história muito significativa e importante. Para a gestora da instituição Katherine Minela Pellin Volani, além de oportunizar a construção de uma nova trajetória para o presente, o grupo irá impactar, consequentemente, o futuro dos jovens inspirados pela música.
“Resgatar a tradicional fanfarra da escola foi motivo de muito orgulho e movimentação de nossa comunidade escolar. Logo de início, muitos alunos se envolveram com o projeto, iniciando na musicalização e descobrindo potenciais musicais e auditivos espetaculares”, comenta.
Incentivo para brilhar
O projeto só voltou à vida por conta da Lei Rouanet – legislação de incentivo à cultura que permite que pessoas físicas e jurídicas destinem ao financiamento de obras artísticas parte dos recursos que iriam pagar no Imposto de Renda. A fanfarra conta com vários patrocinadores, cada um acreditando no potencial de mudança que a música pode proporcionar na vida dos participantes.
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Toda esta atmosfera artística e de muita dedicação consagrou a escola com o prêmio de primeiro lugar no Concurso dos Estados do Sul de Bandas e Fanfarras (Conesul), em Porto Belo. O troféu mostra também o talento desses jovens regidos pelo professor maestro Luciano Borges Reded, pois a participação foi definida apenas na semana do concurso.
A participação da escola no evento tinha como objetivo a troca de experiências entre os integrantes, favorecer o desenvolvimento do pensamento cívico, o espírito de grupo e autodisciplina, necessários à formação integral do cidadão.
O evento contou com avaliadores do Estado do Paraná e de Santa Catarina para avaliar as mais de 26 bandas e fanfarras inscritas, totalizando 1800 músicos presentes que vieram de diversos lugares do Brasil.
Resultado
Os alunos já contavam com encontros semanais com duração de três horas, então, quando chegou a possibilidade de entrarem em uma competição para mostrar à comunidade catarinense o fruto de seu esforço e comprometimento com a arte, eles não pensaram duas vezes.
Katherine fala que a importância de projetos de música é a exploração das potencialidades diversas, fazendo que os alunos possam desenvolver, demonstrar e valorizar seu talento em momentos como a premiação. A gestora estudou na escola nos anos 90 e, antes disso, sua mãe e tia atuaram como profissionais da unidade.
“ Hoje, ser gestora dessa escola e dar continuidade a esse movimento de resgate da fanfarra me faz acreditar ainda mais na necessidade latente de criar oportunidades para que as crianças e jovens de nossa comunidade tenham opções de atividades diversas para serem desenvolvidas no ambiente escolar”, conclui.