Hoje, 15 de novembro, é comemorado o dia da Proclamação da República. O evento histórico ocorrido em 1889 foi motivado principalmente, pela insatisfação de militares e civis, que não estavam contentes com o regime governamental da época- a monarquia. Essa insatisfação acontecia porque esse grupo almejava maior participação na política, o que a monarquia não poderia proporcionar.
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A monarquia é a forma de governo mais antiga do mundo e que ainda existe na Europa e em outros países, como Oriente Médio e Ásia. Nesse tipo de governança, o monarca, tal qual o rei ou a rainha, exerce a função de chefe de Estado e se mantém no cargo até a sua morte ou abdicação. A maioria das monarquias é hereditária, ou seja, o trono passa de um membro da família para outro membro da mesma família.
Por isso, não apenas os militares mostravam-se insatisfeitos com a atual governança, mas outras tribos da sociedade também. Eles exigiam participação eleitoral. Foi então que aconteceu, em 15 de novembro de 1889, na cidade do Rio de Janeiro, a queda da monarquia no Brasil. Marechal Manuel Deodoro da Fonseca declarou oficialmente o fim da monarquia ao assinar um manifesto que iniciava a República Federativa e Presidencialista do Brasil.
Contexto histórico
Foi em 1870 que o regime monárquico começou a enfraquecer, logo após o fim da Guerra do Paraguai, onde os militares que lutaram e conseguiram retornar da batalha, decidiram participar mais ativamente, já que estavam mais conscientes da sua importância na sociedade.
Dessa forma, os militares se juntaram e novas ideias políticas surgiram por meio do movimento republicano, que foi estruturado em 1870, mesma época em que foi lançado o Manifesto Republicano. Tal declaração, feita por fazendeiros do oeste paulista e profissionais liberais, defendia o federalismo e a implementação da República.
E foi ao redor dessas ideias que o movimento ganhou força, formando um grupo resistente, que organizou o golpe político-militar em 1889. O responsável pela liderança do movimento republicano no Exército e que comandou as tropas que depuseram Dom Pedro II foi marechal Deodoro da Fonseca.
Com Deodoro, os militares ficaram no poder e dominaram a política brasileira nos primeiros anos da república e Marechal tornou-se então, o primeiro Presidente do Brasil, governando de 1889 a 1891.
Causas
Além da insatisfação dos militares com a monarquia, havia outros pontos que levaram ao golpe para a Proclamação da República. O primeiro deles foi a crise que o Segundo Reinado, comandado por Dom Pedro II enfrentou, como a união entre o Império e a Igreja.
Essa união começou a seguir as normas do Vaticano de combate à maçonaria, onde vários bispos proibiram a entrada de maçons em qualquer lugar religioso. Dom Pedro II então, mandou prender os bispos, e essa questão provocou o rompimento entre o imperador e o catolicismo.
O segundo ponto, foi o fim da escravidão em 13 de maio de 1888. Os fazendeiros, que não tiveram indenização perante o ocorrido, romperam com Dom Pedro II e se aproximaram do movimento republicano.
Além disso, Dom Pedro II teve um agravamento no seu estado de saúde, deixando o Segundo Reinado sem liderança, o que favoreceu mais ainda a entrada das tropas de Marechal Deodoro da Fonseca, em 15 de novembro de 1889.
Consequências
- Implantação da república;
- Implantação do federalismo;
- Estabelecimento do sufrágio universal masculino e fim do voto censitário;
- Implantação do Estado laico;
- Estabelecimento do presidencialismo.
Com isso, a década de 1890 foi marcada por conflitos, resultantes da disputa entre os monarquistas e os republicanos perante os diferentes interesses políticos que lutavam pelo poder na república.