Acreditamos que é por meio da educação antirracista que o racismo pode ser desestruturado, deixando de ocupar tantos lugares, inclusive o ambiente escolar. Isso porque apenas o conhecimento tem o poder de conscientizar sobre a igualdade diante da diversidade de povos.
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O Jornalismo pode ser um aliado na educação antirracista- Foto: iStock/Divulgação/Educa SC
E por isso o Jornalismo pode ser a base da educação antirracista levada para a sala de aula, pois ele tem a influência necessária para incentivar o pensamento crítico dos estudantes, favorecendo assim, a argumentação e o combate a toda e qualquer forma de preconceito.
Visto que estamos na era digital da globalização, as crianças e adolescentes têm acesso a inúmeras notícias, a qualquer hora do dia e de qualquer lugar. E esse pode ser um benefício no que diz respeito a conscientização da educação antirracista.
Uma vez que os incidentes racistas estão cada vez mais presentes na mídia, trazendo à tona as realidades vividas por crianças e jovens negros, e é aí onde a escola pode entrar com o papel de ensino, utilizando das reportagens para introduzir o tema.
A partir do momento que os alunos adquirem, desde cedo, a consciência perante a luta dos negros e as classes sociais, novos cidadãos são gerados. E esses se tornam ativos, fazendo parte da mudança estrutural por um mundo justo e igualitário.
Quando falamos de mudança estrutural, é pelo fato de que ela deve passar pela educação e também pelas mídias, pois esses são dois caminhos poderosos para desestabilizar a desigualdade tão presente no Brasil, interrompendo assim, a reprodução do racismo.
Jornalismo e educação antirracista
Talvez os educadores ainda não tenham percebido, mas o Jornalismo já faz parte dos currículos escolares, seja pelo reforço em atividades de leitura ou como material complementar quando um assunto que está em alta conecta-se com o planejamento do professor.
Apontamos que o foco é explorar o que as mídias de comunicação transmitem sobre o racismo, ensinando os alunos que estão em formação a terem uma relação rica de aprendizado com tais informações, impulsionando-os na defesa dos direitos humanos e no combate a qualquer tipo de violência.
A partir dessa situação, em que as pautas sobre o assunto são desenvolvidas dentro da sala de aula, os alunos se informam e refletem, tendo plena consciência que o racismo não pode acontecer.
Além da conscientização que o Jornalismo pode gerar quando trabalhado de forma educativa, ele também é capaz de possibilitar a aproximação com os estudantes. Visto que, em meio às notícias, é provável que alguma seja de conhecimento dos estudantes, o que vai gerar um sentimento de curiosidade, de vontade de saber mais.
Evidenciamos que, além de mostrar os problemas que o racismo estrutural é capaz de gerar, apresentar soluções também ajuda muito, pois será o momento em que eles vão sentir que fazem parte da mudança.
5 formas de introduzir o Jornalismo na educação antirracista
- Promover debates em sala de aula: realizar rodas de conversas baseadas em temas como racismo estrutural, racismo institucional, o que é injúria racial, como combater o racismo, entre outros;
- Atividades de leitura: essa atividade pode ser baseada em notícias atuais, mas de um preconceito antigo, como o racismo. Com base nesses relatos, pode ser levantado conceitos de análise e compreensão, despertando nos alunos a habilidade de saber se expressar perante o racismo e a adotarem uma postura crítica;
- Textos jornalísticos: os textos são a base para explicar o que é verdade e o que não é. Nesse momento, o professor pode ensiná-los a descobrir a veracidade por meio dos elementos necessários;
- Explorar os diferentes gêneros textuais: esse é um momento que pode despertar nos alunos a vontade de criar um jornal local, escrito por eles mesmos;
- Analisar os conteúdos jornalísticos do audiovisual: é de suma importância explorar os documentários, trechos de entrevistas, reportagens e podcasts.
