Alunos do Ensino Fundamental da E.E.B. Expedicionário Mário Nardelli, na cidade de Rio do Oeste, desenvolveram caixas-ninho artificiais para moradia de várias espécies, em especial, as aves da região. O objetivo é explorar os mais de 7 mil metros quadrados de área verde onde a escola está localizada e despertar nos estudantes a conscientização ambiental.
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Localizada em uma área de 21 mil metros quadrados, onde mais de 7 mil deles são de área verde, a escola Mário Nardelli possui diversos gramados e um lindo bosque, como é conhecido pelos alunos. Lá, existem inúmeras espécies de árvores que, além de embelezar, atraem diversos animais que fazem delas, suas moradias.
E para explorar a riqueza natural e o verde existente ao redor da escola, surgiu a ideia de construir estruturas para servirem de morada para os animais que costumam visitar o bosque e os arredores da escola. A inspiração partiu do professor Adilson Possamai, que atua no componente curricular de Ciências da Natureza.
O projeto é interdisciplinar e tem como objetivo promover a conservação de espécies, a promoção da biodiversidade e desempenha um papel fundamental na educação e sensibilização ambiental. “Queremos estimular nos alunos a observação científica e despertar o interesse pela natureza. Somos privilegiados com este verdadeiro “laboratório a céu aberto” que possuímos no entorno de nossa querida escola. E por que não explorá-lo?”, explica Adilson.
Para dar vida ao projeto, a escola firmou parceria com a Associação Ambientalista Pimentão, do município vizinho Laurentino, que desenvolve um estudo sobre o comportamento das espécies que usam cavidades artificiais para reprodução. A pesquisa detectou que invertebrados, répteis e até algumas espécies de mamíferos se reproduzem, se abrigam e se aquecem nessas estruturas.
Mas foram as aves que mais se beneficiaram com as caixas-ninho, fazendo delas suas “moradias” e gerando boas respostas para as populações. “Muitas famílias se reproduzem somente em cavidades e há aquelas que não são capazes de produzir esses espaços”, explica a bióloga Taciane Lippel, que orientou os alunos durante o projeto. “Com a vida comprometida em decorrência do desmatamento e mau uso do ecossistema, algumas espécies conseguiram “respirar mais aliviadas” com a adesão das caixas-ninho em locais seguros”, conclui.
Ainda de acordo com a bióloga, o projeto de caixas-ninho artificiais é de extrema importância para os alunos, pois proporciona uma experiência prática de aprendizado sobre a conservação da vida selvagem e a importância de preservar a biodiversidade. “Acho que conhecer é o primeiro passo para preservar. É essencial que os alunos tenham a oportunidade de conhecer a natureza ao seu redor, as espécies que a habitam e compreender os desafios que elas enfrentam”, destaca Taciane.
A parceria iniciou no dia 18 de maio, com uma palestra para os 402 alunos do Ensino Fundamental sobre o papel das caixas-ninho artificiais na conservação da vida selvagem. A segunda etapa foi realizada na última semana, com a instalação das caixas nas árvores do bosque e contou com o acompanhamento dos estudantes.
As estruturas são colocadas nas matas e podem facilitar o período de reprodução e a proteção dos animais. De acordo com Taciane, essas caixas de madeira, quando instaladas no topo de árvores, são usadas para compensar a falta de cavidades naturais, lugares que muitas espécies buscam para a confecção dos ninhos.
A partir de agora, acontecerão as aulas de campo para observação e identificação das aves que transitam na região. O projeto prevê até o final do ano atividades práticas de observação de aves e monitoramento das caixas.