A gestão escolar possui a função de organizar de modo coletivo tudo que influencia o trabalho pedagógico, onde todos os envolvidos na comunidade escolar possam opinar de maneira ativa nas decisões, garantindo assim que as ações tomadas atestem para um processo de ensino democrático e de troca.
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Nessa gestão democrática escolar, toda a comunidade da instituição participa – pais, estudantes, professores, funcionários e até a sociedade – nos processos escolares, sejam eles financeiros ou pedagógicos. Isso deixa claro a busca por um espaço horizontal, onde a tomada de decisões não se dá através de uma hierarquia.
Mas afinal, como surgiu a gestão democrática nas instituições de ensino?
Antes de nos aprofundarmos mais na gestão democrática, precisamos entender o que é a democracia por si só.
A democracia é uma organização política onde o povo é soberano, ou seja, esse povo escolhe os seus representantes, colabora com a elaboração de leis e normas e participa das tomadas de decisões. E por isso, na democracia escolar, todos os participantes devem ter a garantia de participação.
A gestão democrática escolar teve a sua origem no final dos anos 1980, pela Constituição Federal (Art. 206. inciso VI) e também foi definida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), defendendo que a educação é um processo social, construído a partir da participação da comunidade escolar.
Qual é o objetivo da gestão democrática nas escolas?
O principal objetivo da gestão escolar democrática é aproximar a escola, pais e a sociedade para induzir uma educação de qualidade e que estimule o exercício da cidadania.
Uma boa educação é aquela que inclui todos, e portanto, faz-se necessário garantir oportunidades de acesso à educação, com um ensino contextualizado a cada realidade de cada comunidade.
Como estruturar uma gestão escolar democrática?
Uma estrutura de gestão democrática nas escolas envolve a criação de órgãos colegiados, como um conselho escolar. Além disso, dedicar espaços de participação e deliberação que permitam os diálogos entre todos os membros da comunidade escolar também são boas opções.
É importante que a gestão escolar consiga promover a transparência, pois a mesma precisará disponibilizar informações relevantes, incentivando assim as pessoas que estão ali presentes para uma participação ativa e colaborativa.
E por fim, essa gestão também deve buscar promover a capacitação dos diferentes membros dessa comunidade escolar, a fim de que todos consigam desempenhar um papel ativo e consciente na gestão da instituição.
Confira 4 dicas de como aplicar a gestão democrática nas escolas
- Espaços de escuta para os estudantes
Ao criar um espaço de escuta, os alunos poderão tomar decisões com base no diálogo. Esses espaços poderão ser usados para criticar, felicitar e discutir as ações do dia a dia.
Além do mais, essa prática possibilita que as crianças e os adolescentes aprendam a se posicionar diante de conflitos, percebendo que existem diversas opiniões, e que tais diferenças não impedem o respeito no coletivo.
- Permita a formação continuada para os educadores
A prática de encontros com frequência com os educadores da escola fortalece e traz segurança para o corpo docente. Isso porque a dinâmica é crucial para promover a discussão de concepções pedagógicas.
Esse processo é muito importante para uma gestão democrática na escola, pois a partir do momento em que a decisão se torna coerente para o corpo docente, mais fácil será para eles se apropriarem da proposta.
- Promova encontros formativos com as famílias
Para trazer os pais ou responsáveis dos estudantes para participarem da gestão democrática na escola, é necessário criar reuniões frequentes, para que assim eles saibam o que está acontecendo no ambiente escolar.
E para além desse foco, os responsáveis podem trocar experiências e compartilhar as ansiedades sobre os alunos. É possível que o espaço seja vulnerável também, com o intuito de que as pessoas que estão ali se abram para falar e escutar. Pois sabemos que tudo que é partilhado fica mais leve e fácil de lidar.
- Crie espaços que conversam com a comunidade
Para toda a escola ter um funcionamento com base na democracia, é importante que o espaço físico da instituição também seja um porta voz dessas escolhas de ensino, pois dessa forma, todos serão escutados.
Um bom exemplo é a exibição de comunicados e caminhos adotados em paredes, murais, quadras, salas de aula e sala de professores. Assim, a escola irá estar afirmando para todos o que se pretende: democratizar as tomadas de decisões.