Ameli Teixeira, que está apenas no sexto ano do Ensino Fundamental da Escola de Educação Básica (EEB) Regente Feijó, conquistou, em sua primeira competição esportiva, seu primeiro pódio como atleta nas Paralimpíadas Escolares da Fesporte. Ela foi até São Paulo para disputar na modalidade judô, categoria 41 quilos, e saiu de lá com a medalha de ouro no peito.
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A aluna conta que começou no esporte pelo incentivo da família. “Meu pai me incentivou e hoje eu acho legal. Foi legal participar da paralímpiada”, contou Ameli. Agora, em 2022, ela fala que não disputa mais nada, mas que já está se preparando e desejando as competições de 2023, em especial as paralímpiadas.
Uma das pessoas envolvidas na vida de Ameli é a diretora de sua escola, Carla Andresa Schroeder. A docente conta que a instituição, sempre que possível, têm estudantes participando de competições esportivas. “Participamos de campeonatos esportivos de vôlei, futebol de campo, futsal, tênis de mesa e incentivamos os alunos a participarem de campeonatos de outras modalidades que eles treinam fora da escola”, falou ela.
O apoio da escola acontece mesmo quando os treinos não são realizados na instituição, como é o caso de Ameli. Por se tratar de judô, ela treina pela Prefeitura Municipal de Lontras.
Primeira medalha para a escola e a gratificação
Como a atleta está apenas no sexto ano e é normal para a escola participar de campeonatos esportivos, não foi a primeira conquista da instituição. Mas, a diretora fala que Ameli é a primeira aluna com deficiência visual a conquistar uma medalha de ouro na categoria judô.
Para eles, o resultado foi especial. “Foi muito gratificante ver ela conquistando o primeiro lugar, pois sabemos da história da vida dela e os desafios que encontra diariamente”, explicou Carla.
“A mãe dela é nossa professora de artes e uma grande guerreira. Sempre muito dedicada e preocupada na aprendizagem dela, visto que a Ameli lê fluentemente a linguagem braile, isto que a mãe se dedicou a ensiná-la. Também ensina a filha a ser independente nas suas atividades diárias”, contou a diretora.
E para EEB Regente Feijó, como fala a docente, mesmo que Ameli não tivesse conquistado nenhuma medalha, o orgulho prevalece, pois ela faz questão de participar de campeonatos mesmo com as dificuldades que encontra. “Ela já é nossa campeã”, diz a Carla.
Mas como a atleta conquistou uma medalha de ouro e subiu no lugar mais alto do pódio, a escola fez algumas simples homenagens, como uma publicação na página do Facebook e Instagram da instituição, além do parabéns no retorno – uma tradição para todos os atletas do local.
O que são as Paraolimpíadas Escolares?
Com a primeira edição em 2009, as Paralimpíada Escolares tem como objetivo mostrar o talento de crianças com deficiência em idade escolar. É o maior evento mundial no quesito. Muitos talentos do paradesporto brasileiro já passaram por ele, como os velocistas Alan Fonteles, ouro em Londres 2012, Verônica Hipólito, prata no Rio 2016, o jogador de goalball Leomon Moreno, prata no Jogos de Londres e bronze no Rio 2016, entre outros.
A competição de 2022 foi a maior da história com quase 1300 participantes de 25 Estados e do Distrito Federal. Foram 14 modalidades, incluindo atletismo, basquete em cadeira de rodas (formato 3×3), bocha, futebol de cegos, futebol PC, judô, natação, tênis de mesa, entre outros.
Santa Catarina acabou ficando na segunda colocação com 308 pontos, atrás apenas de São Paulo, que terminou a edição com 594 pontos. O Estado levou mais de 150 pessoas, incluindo atletas, guias, staffs, treinadores, fisioterapeutas, assessores de imprensa e tapers. Foi a maior delegação da história. Ao todo, as conquistas resultaram em 154 medalhas: 83 de ouro, 33 de prata e 38 de bronze.