Proporcionar experiências e um ambiente pensado na inclusão é o melhor caminho para inserir alunos com deficiência. Para acabar com o tabu, professores da Escola de Educação Básica (EEB) Mons Francisco Giesberts, em Armazém, desenvolveram atividades para dar vida ao Agosto Laranja, mês que marca a prevenção e conscientização às deficiências.
No comando dos professores do Atendimento Educacional Especializado (AEE), Cleide Rech da Rosa, e do Atendimento Educacional Especializado de Deficiência Auditiva (AEE DA), Janilson da Rosa Medeiros, os demais educadores também participaram, criando uma atmosfera propícia ao debate e conhecimento.
A escola foi decorada com a cor laranja e os professores de arte, por exemplo, trabalharam imagens e palavras ligadas ao tema. Fora da sala de aula, no refeitório da unidade, também era possível depositar dúvidas e sugestões em uma caixa — os questionamentos foram respondidos pelos professores do Atendimento Educacional Especializado.
Os jovens participaram de palestras com temas ligados à conscientização e prevenção. Para falar da vida real, o aluno Fernandes Rabelo, do sexto ano, aproveitou a oportunidade para contar como é ser autista, de acordo com a própria experiência.
A iniciativa é essencial para criar uma sociedade sem preconceitos. “Trabalhar o tema inclusão é uma necessidade para que os alunos aprendam a conviver e respeitar as pessoas, independentemente da sua condição e desenvolvam melhor suas competências socioemocionais”, destaca Cleide.
Aprender que as diferenças são necessárias para a diversidade também é um ganho que está presente no processo — seja em atividades como essa ou nas tarefas do dia a dia. “Compartilhar experiências sempre é um processo significativo. A troca de experiências entre as turmas ocorre a todos os momentos, desde a socialização entre os alunos nos corredores e refeitório, atividades em grupos desenvolvidas nas salas de aula, além da interação nas atividades de educação física”, conta a educadora.
Abordando os componentes curriculares que são esperados em cada ano, o foco também está na socialização, explorando o conhecimento de forma lúdica, incentivando jogos e brincadeiras no Ensino Fundamental e no Ensino Médio.
O convívio com alunos deficientes é responsabilidade de toda a unidade, de um trabalho que deve ser feito em parceria com colegas de turma e profissionais.
“Uma escola inclusiva deve ser entendida como um processo social, onde todas as crianças com necessidades especiais, distúrbios de aprendizagem ou não, tem o direito à escolarização, livre de todo ou qualquer preconceito. Ou seja, é uma escola que oportuniza o ensino para todos”, complementa a professora do Atendimento Educacional Especializado.
O projeto vai de encontro com a realidade de parte do país, isso porque os dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam que existiam mais de 17 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência no Brasil em 2019.