Popularmente celebrado no Brasil e na maioria dos países, o Natal é aquela época do ano que envolve um clima único. Além da animação em decorar não somente as casas mas toda a cidade, a reafirmação da humanidade e generosidade fazem parte do espírito natalino. Mas o feriado nem sempre foi como conhecemos hoje.
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Comemorado no dia 25 de dezembro, a data festeja o nascimento de Jesus Cristo, entretanto, pessoas dentro e fora do cristianismo celebram o dia, mesmo que com outro significado.
Principal solenidade do fim do ano, hoje o evento é marcado por símbolos típicos da época, como a árvore de Natal, a troca de presentes, ceia com a família e amigos, e claro, o Papai Noel. Porém, a origem desta data vem de outras festividades pagãs.
Nos tempos da antiguidade
Historicamente, os primórdios das cerimônias no fim de dezembro remetem ao culto pagão ao Deus Sol, o natalis invicti solis. Durante o solstício de inverno, o povo romano festejava o nascimento do deus realizando dias de festividades com pedidos de renovação e fartura.
Mas não foram só os romanos que influenciaram a data. As festas realizadas pelos nórdicos da Era Viking, o Yule ou Jól, também aconteciam para glorificar a chegada do inverno.
Mudança de data
Com o tempo e a influência da Igreja Católica no século 3, a festividade foi ressignificada com o intuito de estimular a conversão da população.
O presidente de honra da Sociedade Espanhola de Ciência das Religiões, Ramón Teja, explica que a mudança da data aconteceu pelo imperador Constantino e estabelecida como 25 de dezembro. O monarca que governou Roma por 31 anos (306-337) foi o responsável por transformar o cristianismo na religião oficial da região.
O Natal ao redor do mundo
Quando pensamos em Natal, um dos primeiros pensamentos são as cores típicas das decorações — vermelho, verde e dourado —, as árvores iluminadas e a recheada ceia. Todavia, em alguns países as tradições de todo o mês de dezembro acontecem de forma bem inusitada e muito diferente do que estamos acostumados.
Veja cinco exemplos:
1. Áustria
Muito diferente do bom velhinho que presenteia as crianças na manhã do dia 25, a figura que circula o Natal na Áustria é o horripilante Krampus, cúmplice de São Nicolau.
Na tradição austríaca, Nicolau é o responsável por recompensar as crianças que se comportaram bem durante o ano, já Krampus pune aqueles que tiveram ações ruins. Durante a primeira semana de dezembro, pessoas fantasiadas do personagem saem pela rua assustando as crianças com sinos.
2. Islândia
Conhecida como a “Terra do Gelo”, a Islândia é outro país que também conta com outros personagens além do Papai Noel. Os famosos “Jólasveinarnir” são um grupo de 13 duendes, do tipo troll, que saem pelas ruas do país praticando brincadeiras e travessuras.
Durante as 13 noites antes do Natal, as figuras visitam as crianças que, em cada noite, colocam seus melhores calçados na janela para os duendes, e consequentemente deixam presentes para aqueles que se comportaram bem e uma batata podre para os que não deram o melhor exemplo.
3. Japão
Assim como o Brasil, a ceia do Japão também conta com uma ave como prato principal, mas de uma forma peculiar.
Mesmo mantendo a troca de presentes e a decoração das casas, como o país não é majoritariamente cristão, a celebração não possui a mesma relevância que nas Américas, por exemplo. Entretanto, a ceia de Natal é recheada de refeições da rede americana de frango frito Kentucky Fried Chicken, a famosa KFC.
4. Suécia
Tradição há mais de 50 anos, durante o Advento, é construído uma cabra gigante de 13 melhos feita de palha — o Yule —, no centro da Praça do Castelo na cidade sueca de Gävle.
Mas a peça vai muito além do que uma “simples” decoração. Surgiu um costume muito singular: as pessoas tentam queimá-lo. Desde 1966, a obra já foi queimada totalmente 29 vezes.
5. Venezuela
Se você pensa que essas práticas curiosas acontecem em países de outros continentes, como os citados acima, está muito enganado. Nossa vizinha sul-americano, a Venezuela, também conta com tradições únicas.
Em Caracas, na véspera de Natal os moradores visitam as igrejas pela manhã, mas a locomoção é inusitada, já que o trajeto é percorrido de patins.
Para garantir a segurança dos aventureiros, as ruas são fechadas para carros. Após cultuar na igreja, os venezuelanos são recompensados com uma ceia repleta das típicas tamales, um prato parecido com a pamonha brasileira.