O próximo domingo será marcante para os fãs do futebol, em especial para aqueles que esperavam um confronto entre Argentina x França na final da Copa do Mundo. Por mais que o embate seja dentro das quatro linhas, as duas nações já estiveram à frente de momentos históricos, que ficaram registrados na trajetória dos países e até mesmo em algumas revoluções que ganharam notoriedade mundial.
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Para provar que é possível aprender com o esporte, o futebol pode ser uma opção para relembrar as contribuições dos franceses e dos argentinos — seja no desenvolvimento ou na cultura. Confira mais detalhes:
Argentina x França: confronto apenas nos gramados
É fato que o último jogo da Copa do Mundo será marcado pelo desejo e a vontade de ganhar. Se ambas as seleções contam com elencos recheados de craques, na trajetória de cada país existem aspectos que marcaram épocas.
Enquanto a Argentina integra a América do Sul, sendo vizinha do Brasil, a França integra o bloco da Europa, sendo o solo de diversas reivindicações e processos que foram capazes de impulsionar movimentos pautados na insatisfação com a situação política e econômica, como a Revolução Francesa.
Por mais que a distância em quilômetros seja significativa, vale ressaltar que ambas as nações possuem laços comerciais com o Brasil, parcerias presentes na exportação e importação de itens.
França e as reivindicações na Europa
Basta lembrar das aulas de história para compreender que alguns movimentos sociais e políticos tiveram início em um dos países finalistas da Copa do Mundo. A Revolução Francesa, por exemplo, é um dos episódios mais emblemáticos.
As reivindicações surgiram no século 18, motivadas pela vontade de mudar o regime político que comandava o país europeu, naquela época o absolutismo. Vale ter em mente que os pedidos de mudança foram motivados por problemas econômicos e sociais, já que na antiga forma de governar a sociedade era dividida entre clero, nobreza e o povo.
A revolução tinha como princípio os ideais do iluminismo, colocando diante do povo o uso da razão contra a emoção e os direitos individuais, temas que eram deixados de lado naquela época.
O resultado do movimento foi a queda do absolutismo e o nascimento de uma organização política utilizada até os dias atuais: a democracia representativa, quando o povo escolhe aqueles que vão governar, que devem representar a sociedade.
Por mais que a reivindicação tenha começado em solo francês, os demais países foram observando as modificações e alterando a forma de lidar com o povo e com o poder.
A história dos nossos vizinhos argentinos
Por mais que exista uma rivalidade entre Brasil e Argentina, quando o assunto é futebol, é importante ressaltar que as relações comerciais entre os países são duradouras, já que as nações estão entre as principais do Continente.
Mesmo que a distância seja de poucos quilômetros, histórias diferentes marcam a evolução das nações. Isso porque os colonizadores por lá foram os espanhóis e a independência foi conquistada apenas em 1816, após a queda do vice-rei. A primeira Constituição passou a existir em 1853 — valendo até os dias atuais.
Um dos movimentos mais conhecidos foi o Peronismo, que marcou a geração de 1940. Comandado por Juan Domingo Perón, este era um dos militares que assumiu cargo de poder durante o tempo em que os profissionais comandavam o país.
A aproximação com a classe trabalhadora e a ampliação de direitos concederam a visão de populismo a Juan, que começou a planejar os próximos passos para assumir o próprio governo, ação que ocorreu em dois momentos da história: entre 1946 e 1955 e depois em 1973 e 1974.
As influências culturais
Por mais que Argentina x França seja um clássico na bola e uma oportunidade rica de conhecer a história, é fato que os países também são reconhecidos pelas contribuições que extrapolam o futebol e a política.
Enquanto a França é referência na gastronomia e no turismo, com diversos pratos e pontos turísticos que são destino de milhares de visitantes, a Argentina é reconhecida pelo Tango, dança que ganhou admiradores por todo o mundo.