O grupo extremista palestino Hamas, bombardeou Israel neste último sábado (7). Cerca de 2 mil foguetes foram lançados principalmente na parte Sul do país. O ataque terrorista aconteceu de forma inesperada e é considerado um dos maiores sofridos por Israel nos últimos anos, deixando 650 pessoas mortas até o momento.
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Além desse ataque, o grupo Hamas mantém em cativeiro 100 reféns israelenses, entre eles civis e militares. O grupo não forneceu detalhes sobre os locais em que essas pessoas estão.
Parece ser impossível de acreditar, mas esses dois povos já viveram em total harmonia até o final do século 19, no território que hoje representa Israel. Na época, a região ainda era uma província do Império Otomano – considerado um estado grande, que ocupava quase todo o norte da África, uma boa parte do Oriente Médio e um pedaço do Leste Europeu.
Mas como começou o conflito?
Tudo começou em 1947, quando as Nações Unidas sugeriram a criação de dois Estados, um judeu e um árabe, no território da Palestina, sob mandato britânico. Os judeus aceitaram e os árabes rejeitaram, e por isso, a proposta nunca foi introduzida.
Sem ter como resolver a situação, os governantes britânicos partiram do Estado de Israel, que foi proclamado pelos judeus no ano seguinte, o que causou uma grande revolta para os palestinos e resultou na Guerra árabe-israelense de 1948.
Essa foi a primeira Guerra entre árabes e israelenses, onde de um lado estava o recém-criado Estado de Israel e, de outro, alguns países da Liga Árabe, entre eles Egito, Iraque, Jordânia, Líbano, Síria e Arábia Saudita. Essa declaração do início da Guerra foi dada por parte dos árabes, perante a decisão da ONU.
Porém, essa disputa por território já estava acontecendo há tempos entre esses dois povos. Pois no século XIX surgiu o sionismo, um movimento político que teve como líder Theodor Herlz, um jornalista austríaco que defendia a criação de uma nação judaica em um território unificado. Eles conseguiram apoio britânico, que na época, ofereceu cerca de 15 mil km² de terras para os judeus na África, mas a oferta foi recusada.
As décadas foram passando, e os judeus foram se instalando na Palestina, principalmente após a Primeira Guerra Mundial, quando o Império Turco-Otomano foi dissolvido e a Inglaterra ficou responsável pelo controle da Palestina. Um outro momento também foi bem forte no quesito de migração dos judeus, quando um lorde Arthur Balfour apoiou a ideia das Nações Unidas.
Outro estímulo para a migração dos judeus para a Palestina foi a perseguição nazista, onde 6 milhões de judeus chegaram a ser mortos. No entanto, na época, a Inglaterra proibiu a entrada de novos colonos judeus, fomentando ainda mais a imigração ilegal.
Finalmente, em 14 de maio de 1948, foi fundado Israel. No dia seguinte, Egito, Síria, Jordânia e Iraque invadiram Israel e deram início a Guerra da Independência, que foi chamada de ‘’Nakba’’ pelos árabes.
A Guerra durou um ano, e como consequência, 750 mil palestinos foram expulsos e passaram a viver como refugiados. Após isso, Israel aumentou o território em 50%, indicada pela ONU e agora ocupa 78% da área destinada à Palestina.
A reação dessa cena ocorreu em 1956, quando Israel tentou disputar com o Egito o controle do Canal de Suez e ganhou o direito de exploração por determinação da ONU. Em 1959, foi fundada a OLP (Organização para a Libertação da Palestina), que teve o seu reconhecimento em 1974 pela ONU.
Guerra dos Seis Dias (1967)
Um novo conflito teve início em 1967, chamado Guerra dos Seis Dias, onde Israel ocupou a Faixa de Gaza, a Península do Sinai, a Cisjordânia e as Colinas de Golã, na Síria.
Meio milhão de palestinos foram obrigados a fugir, e a ONU aprovou a resolução 242, que tornava inadmissível a aquisição de territórios pela força e o direito de todos os estados da região coexistirem pacificamente.
Os árabes então tentam reaver o território ocupado em 1973, na Guerra de Yom Kippur, que durou de 6 a 26 de outubro. Mas somente em 1979, Israel devolveu ao Egito a Península do Sinai após a assinatura de um acordo de paz.
E depois de tantos acontecimentos, em 2002 o governo de Israel com medo de ser atacado pela Palestina, iniciou a construção de um muro na Cisjordânia, que ficou conhecido como Muro de Israel. Longe do fim, e após 70 anos, o conflito ainda permanece e milhares de árabes ainda estão em campos de refugiados.
Conheça o Grupo Hamas, os autores do ataque à Israel
O grupo responsável por atacar Israel com 2 mil foguetes no último dia sete, surgiu em 1987, e é considerado a maior organização islâmica nos territórios palestinos. Ele faz parte de uma aliança regional que inclui o Irã, a Síria e o grupo islâmico xiita Hezbollah no Líbano, e são contra à política dos EUA no Oriente Médio e em Israel.
Eles não aceitam as condições propostas pela ONU, que é reconhecer Israel, aceitar os acordos ofertados anteriormente e renunciar à violência. São considerados terroristas por Israel, Estados Unidos, União Europeia e Reino Unido.