Falou no mês de junho, imediatamente a gente pensa em bandeirinhas, chapéu de palha, dançar quadrilha e comer muita canjica e pé de moleque. É tempo de festa junina! Celebrada em todo o Brasil, a tradição chegou aqui por meio dos portugueses, e logo acabou se tornando símbolo da nossa cultura. Mas ela nem sempre foi da forma que nós conhecemos nos dias atuais. Quer conhecer um pouco sobre sua origem, maiores festas e tradições? Então continue por aqui que tem muita coisa legal!
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A princípio, a festa junina tinha caráter pagão e marcava a passagem da primavera para o verão na Europa. Tinha grande ligação com as colheitas, sendo uma maneira de pedir fertilidade e afastar qualquer praga que pudesse atingir as plantações. Isso mudou quando o catolicismo começou a se consolidar, e acabou abraçando a celebração: Foi aí que ela passou a homenagear Santo Antônio (13 de junho), São Pedro (24 de junho) e São João (29 de junho).
Quando as festas juninas chegaram ao Brasil, no século XVI, eram chamadas de joaninas, por causa de um dos santos, o São João. Mas com o passar dos tempos, passaram a ser chamadas de Festa Junina – uma alusão ao mês em que acontecem. Outra coisa que mudou ao decorrer dos anos, foi seu significado. Nos dias atuais ela não é mais vista como uma celebração religiosa, mas sim como uma festa popular, que exalta os costumes “caipiras”.
Tecnicamente, a festa junina acontece em outros países também. Na Espanha, por exemplo, o costume é soltar fogos e fazer oferendas de flores. Já no Canadá, onde dia 24 é até feriado, eles fazem um desfile de rua com 24 bonecos gigantes representando figuras históricas do Quebec.
Entretanto, o jeitinho o brasileiro de comemorar a festa é bem único, isso porque ela se adaptou aos nossos costumes e folclore, tendo influência indígena e africana, variando de estado para estado.
Principais tradições
Apesar de todas as mudanças, muita coisa sobreviveu através dos anos, como por exemplo, a fogueira – que costumava ser um símbolo de proteção contra os maus espíritos. Na visão dos católicos, dependendo do formato, ela indicava uma homenagem para cada um dos santos. A quadrada era dedicada ao Santo Antônio, a redonda para São João, e a triangular para São Pedro.
Os balões indicavam o início da festa! Em Portugal eles foram criados como uma forma de reverenciar os santos e agradecer pela realização de pedidos, muitas vezes relacionados à vida amorosa. Hoje em dia eles não são mais usados, isso porque são altamente inflamáveis e podem provocar incêndios.
As bandeirinhas coloridas, que costumavam ser bem maiores, com imagens dos santos homenageados, hoje em dia são apenas para alegrar o ambiente. Mesma coisa com os fogos de artifícios, que a princípio, eram usados para espantar maus espíritos ou acordar São João.
A França também teve influência nessa festividade e foram eles que inspiraram a nossa quadrilha. Essa dança é feita em pares e é baseada em passos tradicionais, onde os dançarinos estão sempre com roupas coloridas, tipicamente caipiras, assim como a música. Entretanto, ela varia um pouco de estado para estado. Em Pernambuco, por exemplo, eles usam muito o “balancê”, já no Rio de Janeiro, a dinâmica é mais livre.
Outra coisa que acontece muito nas festas juninas são as simpatias, e as mais populares são as que envolvem Santo Antônio, considerado um santo casamenteiro. Uma delas é colocar uma miniatura dele dentro de pedaços de bolo, e quem achar terá sorte no amor. Outra bastante popular é colocar o santo de ponta cabeça em algum lugar escondido para que ele agilize a formação de um novo casal.
Maiores festas no Brasil
É impossível falar de festa junina sem mencionar nosso querido Nordeste, é lá que acontecem as maiores festas do Brasil. Em primeiro lugar, nós temos o São João de Campina Grande, que na verdade é considerado o maior do mundo e surgiu em 1983 no improviso, em uma palhoça montada para que as pessoas dançassem forró.
Outra quase tão grande é o famosíssimo Bumba-meu-boi, que acontece em São Luís, no Maranhão. Ela começa no dia 13 e vai até o dia 30 junho e reúne alguns grupos folclóricos nas ruas da cidade para contar a história da escrava Catirina e seu marido, que precisam ressuscitar um animal que haviam matado. Os grupos se apresentam em volta de bois coloridos, por isso o nome.