Cientistas desenvolvem pequenos robôs com células humanas para reparação de órgãos

As experiências com os robôs estão em processo inicial, mas o objetivo dos cientistas é que eles curem doenças humanas em locais delicados do corpo

Formação Publicado em: Autor: Redação Educa SC

Existem muitas doenças que estão associadas à perda de tecido cerebral, como por exemplo, o Alzheimer – um transtorno neurodegenerativo progressivo que se manifesta pela deterioração cognitiva e da memória, comprometimento progressivo das atividades diárias e uma variedade de sintomas neuropsiquiátricos e de alterações comportamentais.

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Ciência utiliza células humanas na construção de robôs- Foto: iStock/Divulgação/Educa SC

O tratamento deste tipo de doença é muito complexo, isso porque o acesso é quase impossível por se tratar uma área extremamente delicada, como o cérebro. Mas com o constante avanço da ciência, esse é um problema que agora está perto de ser solucionado.

Cientistas da Universidade de Harvard e da Universidade Tufts, nos Estados Unidos, criaram pequenos robôs biológicos que podem acessar esses lugares do corpo humano, de forma minimamente invasiva.

Os robôs foram chamados de Anthrobots, eles podem até se mover nas superfícies e também estimulam o crescimento de neurônios em uma região que tenha sido danificada.

 

Como os robôs foram criados?

Os robôs Anthrobots são multicelulares, ou seja, formados por mais de uma célula. As células presentes na nova tecnologia vieram da traqueia humana e podem se mover por conta própria, além de conseguirem se unir para formar estruturas mais complexas.

Segundo os cientistas que estão desenvolvendo os pequenos robôs, eles variam entre dois tamanhos, desde a largura de um fio de cabelo até a ponta de um lápis afiado.

Além de tratar doenças em lugares delicados do corpo humano, os robôs têm o potencial de reparar os tecidos danificados e tratar doenças. Os aparelhos podem ser injetados em um paciente, para que eles mesmos caminhem até a região do problema e reparem o tecido humano, ou qualquer outra necessidade.

 

Esse foi o primeiro robô desenvolvido para auxiliar nas doenças humanas?

Esse trabalho dos robôs Anthrobots foi uma continuação de pesquisas anteriores nos laboratórios da Escola de Artes e Ciências da Universidade Tufts, e da Universidade de Vermont, onde os cientistas criaram os robôs biológicos a partir de células embrionárias do sapo, que são chamadas de xenobots.

As xenobots são capazes de viajar por passagens do corpo humano, coletando material, registrando informações, curando lesões e até mesmo replicando alguns ciclos por conta própria.

Nessa época, os pesquisadores não sabiam se essas capacidades dos robôs eram advindas de um embrião do anfíbio ou se poderiam ser desenvolvidas a partir de células de outras espécies.

E foi nesse último estudo, dos robôs Anthrobots, que os cientistas descobriram que eles podem ser criados com células humanas sem qualquer modificação genética.

 

Quais são as vantagens das células humanas?

O uso das células humanas na construção de robôs a partir das células do corpo do próprio paciente não oferece risco de desencadear uma resposta imunológica ou necessitar de imunossupressores.

Eles duram algumas semanas antes de se decomporem e, por isso, podem ser reabsorvidos pelo próprio corpo após a conclusão do trabalho.

Além disso, fora do corpo humano, os robôs só sobrevivem em condições laboratoriais específicas, o que exclui o risco de exposição ou propagação não intencional fora do laboratório.

 

Como são feitos os robôs Anthrobots?

O robô começa com uma única célula, essa advinda do doador adulto. Essas células, provenientes da traqueia humana, são cobertas por projeções semelhantes a cabelos, são chamadas de cílios e ondulam para trás e para frente.

Esses cílios auxiliam as células traqueais no processo de expulsar as pequenas partículas que chegam até as passagens de ar do pulmão. Nós experimentamos o trabalho dessas células chamadas de cílios quando estamos expelindo as partículas, por meio da tosse ou do pigarro.

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