Alunas dançando enquanto informações sobre segurança da mulher passam na tela. Posts explicativos sobre a nova era dos “web namoros”. Vídeos engraçados sobre situações do cotidiano. Parece que estamos narrando o mundo das redes sociais, certo? Mas foi aliado a todos estes conteúdos que a educação na cidade de Xaxim encontrou um caminho para percorrer lado a lado com as temáticas digitais dentro da sala de aula.
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É uma realidade imutável que as redes sociais fazem parte do cotidiano dos alunos. Antes do sinal tocar na escola, lá estão eles conectados à internet. Por ser um espaço muito dinâmico, o virtual tornou-se um ambiente altamente atrativo para os jovens.
Para aproximar as redes sociais do ensino, a professora de artes Leonita Alves Lisboa Zilli, da Escola de Educação Básica (EEB) Gomes Carneiro, em Xaxim, resolveu usar o poder da internet como ferramenta de ensino aprendizagem.
Para isso, ela buscou saber quais eram os interesses dos estudantes e preparar um projeto focado em assuntos que despertassem a curiosidade e prazer em executá-lo.
O famoso escultor brasileiro, Cildo Meireles, foi escolhido como tema inicial dos estudos da primeira série do Novo Ensino Médio. A professora encontrou no Projeto Coca Cola do artista um diálogo forte com o que ela estava prestes a propor.
O Projeto Coca Cola, ou como o autor chama de “Inserções em Circuitos Ideológicos”, consiste em garrafas do refrigerante sendo usadas para compartilhar conhecimento e arte com a população com informações e opiniões cravadas no vidro em circulação nacional.
“Qual seria a forma de consumismo que levaria a nossa arte às pessoas, hoje? Entendemos que a maior fonte de consumo atual são as redes sociais. Partindo dessa ideia, a turma desenvolveu um grande estudo sobre as principais ferramentas de alcance e engajamento destas redes para que nossa obra se tornasse atrativa às pessoas”, conta.
Rede social pedagógica
A proposta seria criar um perfil em uma rede social para compartilhar artes e informações com a sociedade em geral e democratizar o conhecimento visto em sala de aula. Todos escolheram o Instagram para realizar o trabalho. A partir deste ponto, cada “time” escolheu um tema e as frenéticas produções em sala de aula tomaram vida.
Ao total foram seis perfis desenvolvidos, cada um com sua própria identidade visual. Jogos, saúde mental, humor, esporte, relacionamento e violência contra a mulher foram os temas escolhidos pelos jovens da escola.
Além da atividade ter proporcionado um engajamento incrível por parte dos alunos, que em todos os momentos tinham vontade de gravar vídeos para postar em suas criações, o projeto incentivou a autonomia por meio do uso consciente e responsável desse recurso.
“Eles buscaram, pesquisaram, desenvolveram, trouxeram novas ideias e até pessoas para fazer lives nos perfis. O trabalho conseguiu desenvolver aquilo que eu mais busco em sala de aula: o protagonismo dos meus estudantes”, fala a professora orgulhosa do esforço e comprometimento que os seus estudantes tiveram com a atividade proposta.
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3 formas para usar as redes sociais no ensino
1. Conteúdo extra
Pela internet, o compartilhamento de conteúdos não tem limite. De filmes, livros, documentários, músicas, vídeos, podcasts a visitas virtuais a museus. É uma infinidade de possibilidades que podem impulsionar os seus alunos a ter curiosidade na busca por informação.
Enquetes pelo Facebook, Instagram e lives completam o cardápio. Outro recurso que enriquece o aprendizado são as entrevistas com profissionais e especialistas.
2. Transformar debates virtuais em reais
As redes sociais é um dos lugares mais propensos a surgir discussões sobre os mais variados assuntos. Por que não pesquisar algumas delas e organizar uma versão ao vivo, encenada pelos alunos? O debate é uma das melhores formas de desenvolver o senso crítico das pessoas e o condicionamento a escuta.
3. Biblioteca virtual
Selecione leituras que utilizem e-books disponíveis gratuitamente na web. Ensinar os alunos a compartilhar esses arquivos entre si cria um senso de comunidade e amizade entre eles. Além disso, com a prática, os estudantes aprimoram o hábito de leitura e são instigados a buscar cada vez mais o conhecimento.