Neste sábado (25) é celebrado o Dia do Imigrante, data designada àqueles que mudaram de país – seja em uma nação vizinha ou atravessando continentes. É fato que o Brasil é o destino de muitos, seja pelos recursos ou facilidade de adaptação. Mas será que você sabe tudo sobre a imigração em Santa Catarina? Conhece as inciativas que atuam no acolhimento aos imigrantes e refugiados?
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Basta dar uma volta pelas cidades para perceber como as influências estrangeiras guiaram o desenvolvimento da sociedade e criam diversas interações entre quem chegou e as famílias que já residiam por aqui.
Com municípios conhecidos pela gastronomia e arquitetura, que marcam a influência da imigração, não faltam espaços para expor como Santa Catarina foi modificada pelos que decidiram residir no Sul do país.
Está curioso e quer saber mais sobre o Dia do imigrante? Confira o conteúdo completo!
Dia do Imigrante: quais povos chegaram por aqui?
Os europeus marcaram presença em Santa Catarina, principalmente os italianos e alemães. As imigrações foram marcadas pela rota dos navegadores, que avistaram no Brasil uma oportunidade rica, com diversos insumos.
Com o decorrer dos anos e o povoamento da região, os municípios foram criados, sendo a moradia dos bandeirantes e daqueles que estavam escolhendo o local que até então não era conhecido, mas parecia promissor.
Quando os italianos e alemães chegaram, algumas colônias apareceram em pontos distintos do Estado, evidenciando regiões que são conhecidas até hoje pela aproximação com as origens.
Um exemplo é Blumenau, que nasceu de uma colônia criada em 1850 por Hermann Blumenau. Por mais que o tempo tenha passado, esse ainda é um ponto turístico para vivenciar uma experiência europeia em Santa Catarina.
Mas se engana quem pensa que esses foram os únicos povos que desembarcaram em solo nacional. Poloneses, ucranianos, holandeses, austríacos e japoneses, em menor número, também contribuíram com o desenvolvimento, agregando valores culturais e costumes.
Cidades catarinenses influenciadas pela imigração
No Dia do Imigrante, aproveite para pensar sobre a seguinte questão: você já percebeu como os municípios são diferentes e apresentam características únicas? As diferenças estão relacionadas com as influências de cada povo.
O Vale do Itajaí é um exemplo do resultado provocado pela imigração. Com forte presença das famílias alemãs, as cidades encantam e chamam a atenção pelos pontos turísticos, além dos pratos típicos e festas nacionais, como a Oktoberfest. Joinville e Brusque são outras cidades conhecidas pela criação alemã, seja pelas construções em enxaimel ou pela comida.
Na região Sul do Estado, como Tubarão, Criciúma e Urussanga, ficam os municípios que receberam a influência dos italianos, marcada pela culinária e pelo desenvolvimento da comunidade.
A imigração ainda existe?
Se você acha que o processo de mudança era algo restrito ao passado e que as pessoas deixaram de buscar novas oportunidades, está completamente enganado! Isso porque muitas pessoas ainda escolhem o Brasil para ser a moradia oficial.
Com opções de desenvolvimento e facilidade de adaptação, o país registrou altos números de imigração nos últimos anos. De acordo com dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública, nos últimos dez anos, o país recebeu um número alto de novos moradores, com um aumento de mais de 24%.
Venezuelanos, haitianos e colombianos são as nacionalidades daqueles que chegam em quantidades maiores e o levantamento aponta que mais de um milhão de imigrantes moram no Brasil.
Imigrantes x refugiados
O Dia do Imigrante é a data perfeita para compreender as diferenças entre os termos, afinal, o que classifica um imigrante e um refugiado? Em muitos casos, as palavras são utilizados como sinônimos, mas representam situações diferentes.
Isso porque o imigrante é alguém que escolheu mudar e que deseja tentar uma nova vida em outro lugar; enquanto o refugiado é aquele que precisou fugir – seja por conta de uma guerra, desastre natural ou problemas políticos.
Cada caso deve ser avaliado separadamente, levando em consideração os fatos que motivaram a mudança.
Lembrando que os refugiados são aqueles que precisam abandonar a própria pátria por perseguições – seja por conta da raça, religião ou nacionalidade. Em alguns casos, as pessoas querem mudar por conta das violações dos direitos humanos e a falta de segurança.
Escola oferece programa de acolhimento para imigrantes e refugiados
Pensando naqueles que, assim como no passado, escolheram Santa Catarina como destino, o Programa de Acolhimento a Refugiados e Estrangeiros (PARE) é focado no acolhimento e orientação dos imigrantes e refugiados. A iniciativa está em funcionamento na Escola de Educação Básica (EEB) Dayse Werner Salles, em Florianópolis.
Com 19 jovens estrangeiros vindos do Haiti, República Dominicana e Venezuela, o objetivo é oferecer um ensino focado nas necessidades daqueles que estão tendo o primeiro contato com a língua portuguesa, com encontros no contraturno.
O foco está na alfabetização e a oralidade, contribuindo com a fluência na língua e com a socialização.
“Entendemos que as pessoas que se encontram em condições de vulnerabilidade devem ser empoderadas. O projeto busca garantir o atendimento com apoio pedagógico, assegurando a integração linguística e avanços no percurso formativo do estudante”, menciona o gestor James Rafael Ribeiro Valle.
Além do cuidado em sala de aula, focado no ensino, a humanização é a palavra-chave para inserir os novos moradores na sociedade.
“Observamos a melhora na comunicação, proporcionando maior socialização com a comunidade escolar. A integração, tanto social como linguística, tem minimizado os impactos no processo de aprendizado, com melhoras significativas no desempenho”, conta James.
O assunto é importante e deve ser lembrado sempre, com ações e práticas que vão além do Dia do Imigrante.