É essencial que todos os alunos se sintam confortáveis e pertencentes às instituições de ensino, principalmente na perspectiva de educação especial. Isso porque é ali que vão partilhar momentos com novos colegas, expandir o conhecimento e passar a maior parte de seus dias.
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Em tempos atuais, muitas salas de aula são integradas. Ou seja, os alunos com necessidades especiais estão incluídos nos métodos gerais de educação, juntamente com os outros alunos. Por um lado, é uma ótima tática no que diz respeito à socialização, e também para a consciência dos outros alunos, para que entendam a diversidade de cada um.
Por outro lado, não se deve esperar que os alunos com necessidades especiais realizem da mesma forma as atividades dentro das salas de aula. Eles estão fisicamente no mesmo lugar, mas os métodos precisam e devem ser diferentes.
E por isso é crucial a capacitação dos professores de Educação Especial (AEE), para que as atitudes dentro das salas de aula possibilitem o estudante com necessidades especiais a viver a escola de forma acolhedora e menos excludente.
Vale ressaltar que as estratégias aqui apresentadas não precisam ser realizadas apenas dessa forma. Cada medida apresentada precisa ser equilibrada em função dos diferentes contextos das salas de aula, adequando-se, assim, às necessidades individuais e aos perfis de aprendizagem de cada aluno presente. Confira abaixo seis recomendações para ações acolhedoras com os estudantes que possuem necessidades especiais:
1- Seja flexível e adaptável
O que você planejou como educador para levar a sala de aula, pode mudar rapidamente. É importante agarrar as oportunidades de aprendizagem que se tornarem disponíveis naquele momento. Com essa medida de adaptação às diversas formas de ensino, os alunos podem aprender de forma mais fácil e acolhedora.
2- Construa uma base
Em muitos momentos, as demandas sociais e emocionais do ambiente escolar podem ser demais para os alunos com necessidades especiais. Para ajudá-los, é importante dar-lhes espaço e tempo para que consigam seguir adiante. Você pode fazer isso, preparando um local para que eles possam ter como ‘’refúgio’’ para fugir do estresse momentâneo.
Pode ser um canto na biblioteca, longe de lugares que tenham grande fluxo de pessoas. Este é um espaço que precisa ser gerenciado de forma estratégica, estabelecendo regras aceitáveis para que os alunos não o utilizem de forma exagerada.
3- Não policie o gênero
Todos os alunos, independente do gênero, precisam ter a liberdade de brincar com carrinhos ou bonecas. Não há nenhum problema em explorar as diversas opções de brinquedos que o ambiente escolar proporciona aos alunos. Assim, eles serão incentivados a noção de respeito ao próximo, e irão compreender que todos têm o mesmo valor e importância, sem influência do gênero.
4- Tenha certeza que as suas atividades fora de sala de aula sejam acessíveis
É importante dedicar um tempo no início do ano letivo para avaliar se as atividades extras que serão passadas aos alunos durante o ano escolar, funcionam para todos os alunos. Caso descubra que pode não funcionar com um aluno que tenha necessidades especiais, procure planejar outras, para que assim, todos se sintam envolvidos e incluídos.
5- Desenvolva rotinas e procedimentos para tempos de transição
A transição no ambiente escolar diz respeito às que ocorrem do Ensino Infantil até o Ensino Médio, podendo ser desafiadoras por se tratarem de novos ciclos, especialmente para os alunos com necessidades especiais. Por isso, seja proativo:
- Envolva os alunos em alguma atividade específica assim que entrarem na nova turma;
- Planeje com cuidado e atenção como fazer a transição;
- Tenha conversas para se certificar de que os alunos saibam o que esperar da transição e quando elas ocorrerão.
- Parceria entre escola e família
A família é a principal ativadora no que diz respeito à participação dos alunos no ambiente escolar. E por isso é crucial a comunicação entre a instuição e familiares, para que possam acontecer diálogos abertos e sinceros. Proporcionando assim, a oportunidade de identificar o que está funcionando, o que não está e as principais dificuldades no processo de aprendizagem dos alunos com necessidades especiais.
A saúde emocional como papel determinante para a educação inclusiva
Destaca-se também a importância de um ambiente de aprendizagem que não foque apenas na alfabetização, mas também pense e colabore no bem estar emocional dos seus alunos. Criar uma sala de aula com base na educação inclusiva não precisa ser cara ou difícil, só precisa ser colocada em prática conforme as recomendações que demos acima.
Ressaltamos ainda que, ao ensinar a diversidade em uma sala de aula inclusiva, você está fazendo parte da formação de alunos para serem cidadãos melhores, além de prepará-los para o mundo externo que é muito mais complexo.