Projeto musical discute os desafios enfrentados pelos jovens

Escolas da regional de Criciúma desenvolvem projeto de composição e produção musical que leva para a sala de aula discussões sobre os desafios enfrentados pelos jovens

Formação Publicado em: Autor: Paula Gabiatti

Estudantes do 2º ano do Ensino Médio das Escolas de Educação Básica (EEB) Melchíades Bonifácio Espíndola (Balneário Rincão), EEB Antônio Guglielmi Sobrinho e EEB Quintino Folhiarini Dajori – ambas de Içara-, desenvolveram um projeto de composição e produção musical para discutir os desafios enfrentados pelos jovens.

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Projeto “Somos tão Jovens” contou com troféu para melhor música- Foto: EEB Melchíades Bonifácio Espíndola/Divulgação/Educa SC

Com o nome “Somos tão Jovens”, o projeto faz parte do componente curricular Projeto de Vida e envolveu aproximadamente 160 estudantes. A ideia partiu da professora Ingrid da Rosa Goularte, graduada em Educação Física com especialização em Educação Física e Práticas Ludopedagógicas.

Ingrid conta que o projeto surgiu de uma ideia antiga de trabalhar os conteúdos de sala de aula utilizando a arte musical, já que, ao longo de muitos anos letivos, percebeu como a música se relaciona bem com o ambiente escolar.

“Foi um desafio gigante, pois não sou profissional da área, mas consegui conhecer melhor meus alunos, eles se relacionaram melhor comigo também. Acredito que por meio das composições musicais, foi possível falar mais sobre o que é ser jovem”, relata a professora.

O projeto iniciou em abril, levando para a sala de aula discussões acerca dos desafios da juventude. A partir destas discussões e após muita pesquisa e reflexão, as turmas produziram, de forma coletiva, composições musicais em parceria com um produtor musical. A ideia deu tão certo que as composições foram interpretadas e gravadas para reprodução em plataformas de streaming e hoje estão disponíveis no Soundcloud (Stream Projeto Somos Tão Jovens).

“Depois que ouvimos a música pronta, me veio aquele choque de realidade, pois tem tantos colegas passando por tantos desafios que nem imaginávamos”, conta a estudante Talia Zanetta Demétrio Silveira.

“Quando começamos a produzir a música eu fiquei com muito receio, pois nunca gravei uma música, mas depois que ouvimos a música, a letra, a batida, a melodia, tudo se encaixava, foi muito mais do que esperava”, relembra o aluno Arthur Rodrigues Bittencourt.

Para a estudante Maria Eduarda Flores Freitas, o projeto “foi um momento que a gente parou para pensar, e é algo que muitas vezes a gente não faz, refletir sobre os desafios, como isso nos afeta, pois estamos sempre na rotina de trabalho e estudo que não conseguimos refletir sobre muitas coisas, não de forma aprofundada e por meio deste projeto, da música, foi possível.”

Na EEB Melchíades Bonifácio Espíndola, os estudantes foram além e decidiram registar todo o processo de produção do projeto, que acabou se transformando em um documentário com vídeos e depoimentos de todos os envolvidos. O documentário está disponível no Youtube.

Nesta escola, os alunos se envolveram de tal forma com o projeto que as músicas produzidas ganharam também capas – desenvolvidas durante atividade interdisciplinar. Estudantes do 1º ano interpretaram as músicas nas aulas de Arte e elaboraram as capas. As capas foram digitalizadas, sendo toda arte digital, realizada por estudantes da própria escola.

E um projeto tão bem-sucedido, merecia um encerramento em grande estilo! Foi então que os estudantes decidiram apresentar, no dia 24 de novembro, todo o trabalho desenvolvido, fazendo uma alusão ao prêmio Grammy.

Para isso, os professores com experiência e conhecimento musical receberam as músicas para análise e escolheram a preferida, que recebeu um troféu, similar ao do prêmio de referência. Os demais receberam um certificado de participação no projeto “Somos tão Jovens”.

“Participar deste projeto foi muito importante para mim, pois consegui me expressar melhor a partir das gravações”, explica o estudante Mateus da Silva Medeiros.

“Este projeto foi uma experiência de extrema relevância, tanto para os estudantes quanto para mim. Foi possível desenvolver habilidades como criatividade, coletividade, protagonismo, pensamento crítico, artístico e ainda, explorar a interdisciplinaridade. Os jovens puderam expressar suas angústias, desafios, anseios, alegrias e suas perspectivas em relação ao futuro por meio da música”, destaca a professora.

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