Estudantes canadenses criam bactéria que transforma o plástico dos oceanos em água

À frente de um sistema que produz 139 milhões de toneladas de resíduos plásticos no mundo, as jovens vêm enfrentando a indústria tradicional de reciclagem

Formação Publicado em: Autor: Redação Educa SC

A poluição nos oceanos cresce constantemente, e tem se tornado um problema gravíssimo. Segundo o Índice de Fabricantes de Resíduos Plásticos, o mundo gera em torno de 139 milhões de toneladas de resíduos plásticos em um único ano, batendo recorde global. Diante dessa alarmante realidade, as cientistas Miranda Wang e Jeanny Yao, que moram no Canadá, desenvolveram uma bactéria que consegue decompor o plástico dos oceanos.

Fundo do mar coberto com lixo plástico- Foto: iStock/Divulgação/Educa SC

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Uma vez que o lixo marinho é composto de 60% a 80% de plásticos, o ecossistema marinho está em alto risco, isso porque o plástico degrada-se em partículas menores, essas que são ingeridas pelos peixes e outros animais marinhos. De acordo com o relatório ‘’Plastics and Shallow Water Coral Reefs’’, divulgado pela ONU, até 2050 a quantidade de plástico no oceano vai superar a de peixes.

E foi considerando todos esses dados preocupantes, que as jovens cientistas começaram com as pesquisas, ainda no colégio. Ao decorrer dos estudos, a dupla descobriu que as bactérias que estão presentes no solo possuem a capacidade de processar moléculas de plástico. Curioso, não é mesmo?

Pois bem, tudo isso graças ao protótipo de bactéria capaz de transformar plástico em CO2 e água. Sendo desenvolvida em duas partes, a primeira consiste no plástico que é dissolvido com solventes, e aí é a hora que as bactérias entram em ação. Para cada litro de solução com bactérias, é removido nove gramas de plástico das águas. Essa tecnologia está sendo usada de duas formas: para limpar as praias e produzir matéria-prima para confecção de tecidos.

Se por um lado a tecnologia e os cientistas trabalham juntos na luta por um planeta mais sustentável e duradouro, por outro, eles enfrentam um grande desafio: combater a indústria tradicional de reciclagem. Essa mesma indústria absorve o óleo obtido do derretimento do plástico e o refina em matérias primas. Porém, reciclar esses resíduos gera uma mistura de produtos químicos, isso porque os plásticos possuem aditivos.

Mas, mesmo em meio aos obstáculos, as estudantes Miranda Wang e Jeanny Yao ganharam cinco prêmios, e ainda foram intituladas como a dupla mais jovem a ganhar o prêmio Perlman de ciência.

E não para por aí, as estudantes canadenses deram vida a BioCellection. Essa é uma empresa que transforma resíduos plásticos não recicláveis em substâncias úteis para as indústrias, que são capazes de dar origem ao interior de um colchão, fraldas, e até ao interior do volante de um carro.

Agora vamos entender o impacto dos plásticos nos oceanos referente à saúde humana, pois caso você não tenha pensado nisso ainda, eles estão totalmente interligados. Fique de olho!

 

O impacto dos plásticos nos oceanos na saúde humana

Os riscos dos plásticos nos mares não dizem respeito apenas às vidas marinhas, mas também a dos humanos. Conforme o relatório liderado pelos cientistas da Minderoo Foundation, os pesquisadores Mark Hahn e John Stegeman pautaram as principais conclusões sobre o impacto dos plásticos nos oceanos na saúde humana:

  • Os plásticos são capazes de causarem doenças, deficiências e até a mortalidade prematura em todas as fases da vida, afetando principalmente as comunidades minoritárias vulneráveis e de baixa renda, principalmente crianças.
  • Os produtos químicos que são colocados no plástico e que são rotineiramente detectados nos seres humanos, são conhecidos por aumentar o risco do aborto espontâneo, obesidade, doenças cardiovasculares e cânceres.
  • Os resíduos de plásticos estão presentes em todo o planeta Terra, com microplásticos ocorrendo em todo o oceano e na cadeia alimentar marinha.

Além disso, os plásticos são responsáveis pelas emissões de gases de efeito estufa também, representando cerca de 4 a 5%. Com isso, podemos afirmar que a saúde dos oceanos está intrinsecamente ligada à saúde humana.

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