A habilidade de ler e escrever é capaz de transformar muitos futuros, principalmente o das crianças. Isso porque é um dos primeiros passos para que elas tenham um bom desenvolvimento ao longo da vida. E para reforçar a importância da alfabetização em todo o mundo, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu em 8 de setembro de 1967, o Dia Mundial da Alfabetização.
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Mas não é só de escrita e leitura que é envolvida a alfabetização, esse é um aprendizado que abrange muitos campos da vida, desde o social até o econômico. No campo social, uma pessoa que teve acesso a alfabetização – vale lembrar que não são todas as pessoas que têm esse privilégio – consegue se desenvolver ao decorrer da vida, planejando o seu futuro para ter uma vida adequada ao que se espera. Já no campo econômico, as chances para bons empregos serão maiores, proporcionando um desenvolvimento à par com o nosso país.
E por tais fatos, é de suma importância que todas as crianças passem pelo processo da alfabetização, considerado o mais importante. Visto que é nessa etapa que elas aprendem sobre as primeiras interações sociais, artísticas e culturais. Todo esse processo influencia nas suas trajetórias de vida, aperfeiçoando a comunicação e a sua utilização para uma troca rica e eficiente de informações.
Para se ter noção do quanto a alfabetização é crucial para se viver em sociedade, a Constituição Federal inseriu a educação como um direito de todos os cidadãos brasileiros, e dever do Estado e da família. Mas, atualmente no Brasil, existem cerca de 11 milhões de habitantes não alfabetizados, de acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Sabemos que os investimentos em alfabetização vem crescendo a cada ano, mas ainda tem muito caminho pela frente até a erradicação do analfabetismo. E por isso, é necessário tratar a educação como prioridade, sobrepondo o acesso ao conhecimento a todas as crianças.
A importância da alfabetização
A alfabetização é considerada a base da educação, isso porque sem ela não existe desenvolvimento, e nem pleno exercício da cidadania. E por isso a linguagem e a escrita são considerados fenômenos sociais, pois é por meio deles que os cidadãos conseguem ter participação ativa na sociedade em que vivem.
E para formar cidadãos participativos, é importante levar em conta o letramento. Isso significa inserir a criança no mundo letrado, nele a escrita e a leitura são levadas a outra dimensão, com o intuito de estimular a criança a usar dos seus conhecimentos de maneira contextualizada com as práticas sociais.
Quando se considera o letramento, é deixado um pouco de lado os exercícios mecânicos e repetitivos. O foco será para que o aluno construa o seu conhecimento com base nas experiências que vivencia em todos os ambientes que se faz necessário o uso social da linguagem e da escrita.
Os pais podem colaborar e incentivar nesse processo de alfabetização de cada criança, saiba como:
- Leituras em família;
- Estimular e ajudar a criança para que ela organize a sua fala e o seu pensamento;
- Provocar a criatividade em diversas situações, incentivando assim a fantasia e a imaginação;
- Brincar com rimas, palavras e jogos pedagógicos;
- Permitir que a criança pense no som das letras antes de escrever.
É preciso ir além para garantir uma alfabetização, pois além da leitura, a criança precisa também compreender o que foi lido.
Educação catarinense é referência nacional
Como exemplo de uma excelente alfabetização, está a educação de Santa Catarina, que é destaque nacional, sendo considerado o primeiro Estado brasileiro alfabetizado ao fim do segundo ano do ensino fundamental. Os dados são da pesquisa Alfabetiza Brasil, elaborada pelo Ministério da Educação (MEC). O Estado possui 627 escolas com as primeiras etapas do ensino fundamental, contabilizando mais de 122 mil alunos.
O Currículo Base da Educação Infantil e do Ensino Fundamental (CTBC) foi elaborado em regime de colaboração com os municípios. Estabelecendo assim, que ao final do primeiro ano, o aluno deverá ter entendimento sobre o sistema de escrita alfabética, ler textos, e escrever palavras, frases e textos com ajuda do professor. Após finalizar o segundo ano, os estudantes precisam ampliar os conhecimentos da escrita, leitura e produção de textos.
E o espelho dessa exemplar educação, é o fato de que o Estado catarinense tem a terceira menor taxa de analfabetismo do Brasil, com o índice de 2,1%, segundo dados do IBGE, ficando atrás somente do Distrito Federal que possui 1,9%.