Em duas escolas de Porto União, a Escola de Educação Básica (EEB) Antônio Gonzaga e a EEB Cel Cid Gonzaga, os alunos da 1ª, 2ª e 3ª série do Ensino Médio, durante as aulas de arte, praticam a fisiograma – conhecida também como light-painting -, técnica da fotografia com desenhos criados pela trajetória da luz em retratos de longa exposição.
Leia mais: PODCAST: Concurso Sua Arte no Livro Didático
Foi a partir da década de 80, com a fotografia contemporânea, que esta técnica passou a ser considerada como parte da arte. Nos últimos 40 anos, a fotografia reflete os comportamentos e valores da sociedade enquanto desenvolve suas habilidades com as novas tecnologias.
O professor das turmas,Alexandre Farber Sucharski teve a ideia de trabalhar com câmeras fotográficas em sala de aula com os conceitos da arte contemporânea, que busca uma visão diferenciada da vivência por meio da arte, registrando e compartilhando os resultados.
Com o avanço da tecnologia, capturar imagens não se limita apenas à uma máquina, hoje é possível registrar fotografias de alta qualidade nos aparelhos celulares, entretanto, nem todos conseguem manusear adequadamente.
“Exploramos novos meios de utilizá-la, os alunos ficaram surpresos pelo simples fato de utilizar de meios não automáticos da câmera, o interesse e empolgação foi grande, algumas turmas ficaram durante o recreio fotografando e até mesmo em casa depois da experiência em sala.”, relata Alexandre.
Na produção da atividade usando fisiograma, foi utilizado tinta neon e iluminação com luz negra, tendo como objeto da obra os próprios estudantes.
Para conseguir o efeito da “pintura de luz”, foi preciso utilizar técnicas com a câmera, como o obturador aberto por um longo tempo para conseguir registrar os movimentos dos objetos luminosos.
Todos os alunos participaram da execução da atividade como modelo, utilizando os flashes com crepom colorido para dar o efeito na luz, fotografando e editando.
“O protagonismo foi evidente, o amor à fotografia foi demonstrado por muitos alunos, bem como autoestima na hora de ser fotografado. O brilho nos olhos de quem se viu em um emaranhado de luzes não tem preço”, afirma o professor.
Os estudantes já tinham certa proximidade com a câmera, pois haviam trabalhado com fotografia em outra atividade, dessa vez com lentes macros. Para Alexandre, com essas atividades é possível desenvolver as ideias e conceitos artísticos dos alunos.
“O aluno quando é estimulado torna-se protagonista no mundo e na sociedade. A arte auxilia na compreensão e fará a diferença neste mundo descentralizado e aberto que estamos experimentando. Então, os artistas são peças-chave nessa mudança na compreensão das diferenças estruturais”, explica o professor Alexandre.