Como colocar em prática o uso das tecnologias digitais em sala de aula foi o principal tema discutido entre os convidados que estiveram presentes no encontro virtual Tecnologias para a Educação. Palestra fez parte da “Semana Professor do Futuro”, promovida pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em homenagem ao mês do professor.
O evento contou com duas palestras ministradas pelo professor titular do Departamento de Multimeios, Mídia e Comunicação e pesquisador do Núcleo de Informática Aplicada à Educação (Nied) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), José Armando Valente e pela professora, empreendedora e consultora digital especialista em Sistemas da Informação, Maidi Dalri.
O debate foi mediado pelo Coordenador de Tecnologias Educacionais e Inovação da Diretoria de Ensino da Secretaria de Estado da Educação de Santa Catarina, Luiz Alessandro da Silva, que ao final da palestra citou as políticas públicas que Santa Catarina está desenvolvendo para concluir a integração das tecnologias digitais em sala de aula.
História da informática da educação no Brasil
Na palestra “Uso das Tecnologias Digitais no Ensino e na Aprendizagem”, o professor José Armando Valente fez um recorte sobre a trajetória da informática na Educação Básica no Brasil, que teve início em 1981 e avançou ao longo dos anos.
No entanto, a falta de integração das tecnologias digitais aos currículos disciplinares nas escolas ainda é um problema, de acordo com o professor. “A gente vive em uma sociedade onde todos os seguimentos vivem a cultura digital e a escola ainda está no século 18”, afirma o professor.
Valente argumenta que, para que ocorra essa integração, é necessário capacitar os educadores para que compreendam a capacidade que as tecnologias digitais têm de potencializar o ensino e o aprendizado dos alunos.
“A informática na educação do Brasil tem uma longa caminhada, o que falta é uma política de implementação das tecnologias, elaborada em comum acordo com governo, sociedade e entidades de classe da educação”, aponta.
Linguagem digital a serviço da tecnologia humana
“A tecnologia sozinha não tem sentido, nós precisamos amarrar a linguagem digital com a tecnologia humana” destaca a professora Maidi Dalri, mestre em Ciências da Computação pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
A educadora apresentou os conceitos de #hiperlink, #hipertexto e #hiperprofe, e afirma que a iniciativa de adquirir conhecimento e trabalhar as novas tecnologias em sala de aula deve partir dos professores. “Não podemos esperar ter a infraestrutura ou a situação adequada para começar. Nós, educadores e gestores, devemos preparar os professores para que eles possam nos ajudar a resolver problemas a fim de fazermos uso efetivo dos recursos que existem e prover o acesso a esses recursos”, ressalta.
Exemplo catarinense
Ao final das palestras, o coordenador de Tecnologias Educacionais e Inovação da Diretoria de Ensino da Secretaria de Estado da Educação de Santa Catarina, Luiz Alessandro da Silva, citou uma série de políticas públicas que estão sendo desenvolvidas no Estado com o objetivo de implementar a cultura digital na Rede Estadual.
Entre as ações, Luiz destacou a distribuição de notebooks e pacotes de dados móveis para professores e alunos que não possuem acesso a equipamentos e à internet, além da criação do projeto Educa SC, em parceria com o Amazonas, que disponibiliza aulas na TV que servem como apoio pedagógico
A iniciativa faz parte de uma série de ações que começou a ser implantada em parceria com a Google no ano de 2009. De acordo com o coordenador, a pandemia acelerou a implantação que deveria ser gradual.
Além das políticas públicas, Luiz Alessandro falou sobre a importância da participação do professor nesse processo. “A política pública apoia e entrega subsídios e ferramentas, mas é o professor na sala de aula que é o protagonista, ele que realmente faz acontecer”, destaca.