Um projeto escolar desenvolvido na Escola de Educação Básica (EEB) Araújo Figueiredo, de Urubici, na Serra catarinense, incentiva os alunos do sétimo ano do Ensino Fundamental a cultivar o hábito de ler e escrever, através da leitura do livro “Malala, a menina que queria ir para a escola”.
O projeto surgiu no início deste ano letivo, com o retorno das aulas presenciais na escola. Os professores observaram que os alunos apresentavam muitas dificuldades para se adaptarem ao retorno presencial, após um ano de ensino remoto, e decidiram se unir para motivar os estudantes.
Maria Denize Carniel da Silva, professora de Língua Portuguesa e responsável pelo projeto, afirma que a escolha do livro “Malala, a menina que queria ir para a escola”, escrito pela autora Adriana Carranca e publicado pela editora Companhia das Letras, foi influenciada pela história inspiradora da ativista Malala Yousafzai.
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A jovem paquistanesa ficou conhecida mundialmente após ser baleada na cabeça por radicais do grupo extremista Talibã, após sair da escola em outubro de 2012. Na época, com apenas 15 anos de idade, a menina lutava pelo direito das mulheres de frequentar a escola em seu país.
“Por meio da história inspiradora da Malala, os alunos são capazes de refletir sobre suas próprias experiências, valorizar o estudo, percebendo a escola como local de transformação, e também aprendem a reivindicar seus direitos”, destaca a professora Maria Denize.
Além de Língua Portuguesa, o projeto multidisciplinar também trabalha com os estudantes os componentes curriculares de Artes, Língua Estrangeira – Inglês, Matemática, Geografia e Ensino Religioso. Dessa forma, os alunos aprendem a se expressar e são capazes de compreender assuntos como a Religião Islâmica e a relação físico-geográfica entre o Vale do Swat e Urubici, entre outros conteúdos.
“Foi uma experiência gratificante perceber o quanto eles aprenderam. O projeto propiciou aos alunos serem protagonistas do seu saber e a trabalharem em colaboração. Além de aprenderem os conceitos de cada componente curricular, de forma integrada e multidisciplinar. E, parafraseando Malala, aprenderam que suas vozes devem ser ouvidas e que apesar dos desafios enfrentados, todos têm o direito de lutar pelo que acreditam”, comemora a professora.