O Projeto “Abraços Abertos: educação sem fronteiras”, realizado na Escola de Educação Básica (EEB) Professora Maria Amin Ghanem, de Joinville, no Norte do estado, oferece aulas de português e acolhe estudantes imigrantes da Venezuela, Colômbia e Haiti.
O projeto começou em 2018 e foi desenvolvido, incialmente, na Escola de Educação Básica (EEB) Dr. Jorge Lacerda, de Joinville, pela professora do Magistério, Sandra Felício Roldão, em parceria com a professora Sirlei de Souza, da Universidade da Região de Joinville (Univille).
“Depois de uma palestra da professora Sirlei sobre Imigração e Direitos Humanos, as alunas (do curso de Magistério) relataram a invisibilidade das crianças e adolescentes imigrantes nas escolas em que realizavam os estágios. Resolvemos levantar as mangas e elaborar uma ação, nisso nasceu o projeto “O Haiti é Aqui: Aprendendo Juntos”, explica Sandra.
O projeto visava dar oportunidade às futuras professoras de lecionar português como língua de acolhimento para crianças e adolescentes imigrantes. A iniciativa ocorreu entre 2018 e 2019 e atendeu mais de 40 alunos em cinco escolas públicas de Joinville.
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Em 2020, com a pandemia da Covid-19, o trabalho das professoras teve de ser reestruturado. “Como não lecionava mais na EEB Dr. Jorge Lacerda, o projeto continuou na EEB Professora Maria Amin Ghanem, onde sou efetiva, e começamos a atender os adolescentes imigrantes via plataforma digital”, conta Sandra.
Por dentro do projeto
O grupo é formado por oito voluntários acadêmicos do Instituto de Ensino Superior Santo Antônio (Inesa) e três professoras. Na EEB Professora Maria Amin Ghanem, o projeto ganhou o nome “Abraços Abertos: educação sem fronteiras” e passou a atender imigrantes da Venezuela e Colômbia, além dos estudantes haitianos. Neste ano, além do atendimento remoto, também realiza atendimento presencial.
A estudante venezuelana Nathalia Javier Bastardo Serrano, 14, frequenta o oitavo ano do Ensino Fundamental e afirma que projeto a ajuda com o idioma e a acolhe. “É muito bom se sentir acolhido, a escola está fazendo muito por nós. Temos aulas de português para melhorar o idioma e as pessoas sempre estão dispostas a ajudar”, conta a jovem.
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Já a aluna colombiana, Geraldine Caicedo Martine, 14, do nono ano do Ensino Fundamental, conta que se sentia insegura por não saber falar português e o projeto a ajudou a recuperar a confiança.
“A princípio, eu me sentia muito diferente porque não falava português. No primeiro ano foi bem difícil para fazer as tarefas e trabalhos, mas graças a tutora Emanuelle foi mais fácil entender. Ter professores pacientes e aprender falando com pessoas que são como eu me ajudou muito”, comenta a estudante.
Para Sandra, educadora responsável pela inciativa, os resultados do projeto são recompensadores. “Nesse processo mais aprendi do que ensinei e, hoje, diariamente, apreendi a acolher esses novos alunos e proporcionar uma educação humanitária de qualidade com equidade”, comemora.