Na última semana, estudantes das escolas Almirante Lamego e Comendador Rocha, ambas de Laguna, participaram de uma sessão de contação de histórias um pouco diferente. O livro escolhido foi escrito em Braille – um sistema de escrita e leitura tátil para deficientes visuais.
A ideia do projeto Mundo Visto pelas Mãos- Compreendendo a Deficiência Visual, é incentivar o hábito da leitura e melhorar a integração das pessoas com deficiência visual na comunidade, além de trabalhar temas como empatia, generosidade e amor ao próximo.
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De acordo com a idealizadora do projeto, a bibliotecária Fabíola Eloy Scunderlick, a falta de familiaridade e interação com pessoas com deficiência prejudica nossa compreensão sobre suas vidas.
“Mostrar de maneira concreta como essas pessoas se adaptam à realidade delas é fundamental para desenvolver empatia e compreensão do modo como conduzem suas vidas. Isso nos ajuda a entender a perspectiva delas e suas necessidades individuais, o que pode ajudar a prevenir situações de bullying”, explica.
A sessão de contação de histórias iniciou com um livro ilustrado em Braile e com baixa visão intitulado “Agora é comigo – Compreendendo a deficiência motora”, escrito por Manuel Filho. Para tornar a experiência mais inclusiva, os estudantes foram convidados a usar vendas nos olhos e a explorar os desenhos através do toque, a fim de desvendar o conteúdo.
Com a atividade, eles puderam identificar as dificuldades enfrentadas por pessoas com deficiência visual e ainda se familiarizar com a reglete – acessório utilizado para escrita em braille. Na ocasião, os estudantes tiveram a oportunidade de manusear um exemplar em braille, sem nenhuma ilustração, sendo incentivados a experimentar o alfabeto escrevendo palavras com reglete.
A experiência contou com a presença de Sandra Matias Pinheiro Camilo, deficiente visual, que compartilhou sua trajetória pessoal e os desafios que enfrenta na sua rotina diária, demonstrando aos alunos a escrita em braille. O encontro proporcionou ainda um debate sobre diversidade e destacando atitudes inclusivas em relação às pessoas com deficiência.
“É essencial iniciar o processo de desenvolvimento das crianças com diálogos que abordem a diversidade, oferecendo exemplos concretos para que possam compreender o mundo de maneira mais abrangente. Isso envolve entender as conexões entre elas mesmas e o mundo ao redor”, conclui Fabíola.