O ano é 2023, e nele, a natureza passa por momentos históricos de seca. Dessa vez, a vítima foi a Amazônia. A seca está tão extrema no Estado, que nas últimas semanas foi revelado dezenas de gravuras pré-coloniais de indígenas esculpidas em pedras há cerca de 2.000 anos nas margens do Rio Negro, em Manaus.
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O Rio Negro faz parte do sítio arqueológico e o geológico das Lajes, sendo esse o primeiro sítio de Manaus, registrado no Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos (CNSA) do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Ele abrange uma área que inclui encostas de terra preta, fragmentos cerâmicos e urnas funerárias, e por fim, as gravuras rupestres.
Essas gravuras encontradas possuem formas de rostos humanos, o que nos leva a crer que essas tribos indígenas viveram na Amazônia séculos antes da invasão dos colonizadores portugueses. Mas essa não foi a primeira vez que as gravuras ficaram visíveis, em outro momento de seca, elas também foram vistas, no ano de 2010.
Entenda o motivo do reaparecimento das gravuras rupestres
Devido à seca histórica do Rio Negro, que inclusive, registra o seu nível mais baixo em 121 anos, as gravuras rupestres que antes estavam cobertas por água, ficaram visíveis.
Isso devido ao agravamento das altas temperaturas, que faz com que a água do Rio Negro desça. Os maiores motivos que causam tal condição, é pela degradação ambiental e pela fumaça gerada pelos humanos.
Essa seca que a Amazônia vem enfrentando em 2023, é considerada a maior em 100 anos. Visto que o estado amazonense encontra-se em situação de emergência ambiental, em 55 dos 62 municípios, segundo a Defesa Civil. Esse aumento de temperatura e redução na umidade dos solos amazônicos já afetaram a agricultura e a pecuária.
Além dessas áreas afetadas, as pessoas que vivem por ali também estão sofrendo, isso porque os barcos que abastecem o comércio local já não chegam mais, por conta das águas que estão ficando cada vez mais baixas.
Conheça o Sítio das Lajes
O Sítio das Lajes tem esse nome por estar localizado em uma formação de rocha de formação Alter do Chão. Ou seja, é também um sítio geológico com a estrutura de Arenito Manaus, e por isso tem formações de pequenas lagoas que nunca secam e que estão acima do rio.
O local fica próximo ao encontro das águas dos rios Negro e Solimões, indo do lado Oeste do rio Amazonas até a parte amazônica da Colômbia, e teve o seu registro em 1968.
O Sítio Arqueológico fica próximo a grandes aldeias já conhecidas do período pré-colonial, e por isso a explicação das gravuras rupestres indígenas. Mas infelizmente a conservação do sítio não é das melhores, o mesmo já passou por muitas degradações causadas pelos visitantes que por ali passaram.