Entenda os fenômenos El Niño e La Ninã e seus impactos no Brasil

El Niño e La Ninã são fenômenos caracterizados pelo aquecimento ou resfriamento do Oceano Pacífico

Formação Publicado em: Autor: Redação Educa SC

El Niño e La Ninã são dois fenômenos climáticos muito importantes que estão completamente interligados. Isso porque são caracterizados pelo aumento ou diminuição no que diz respeito ao resfriamento das águas do oceano Pacífico Equatorial e responsáveis por gerar as transformações no clima do Brasil e no restante do mundo.

Imagens de satélite de um furacão se aproximando do continente americano- Foto: iStock/Divulgação/Educa SC

Leia mais: Estudantes de José Boiteux fazem estudos em ave, durante aula sobre o corpo humano

Enquanto o El Niño simboliza o aumento da temperatura no oceano, o La Niña é o inverso, simbolizando a diminuição da temperatura dessas águas. Ao passo que o El Niño provoca secas severas nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o La Niña favorece a formação de chuvas nessas mesmas regiões. Na região Sul do Brasil, o impacto do El Niño resulta em um maior volume de chuva, enquanto que no período do La Niña, os volumes pluviométricos são menores.

 

Como se formam os fenômenos El Niño e La Niña?

Ambos fenômenos são motivados por fatores que ocorrem nas águas do Oceano Pacífico, tais como pressão, massas de ar, temperatura, chuvas, que influenciam diretamente o clima. A partir do momento que o sistema atmosférico sofre variações, acontecem situações fora da normalidade, que geram mudanças climáticas em vários continentes, como América Central, América do Sul e do Norte.

Por isso, o El Niño se forma com o aquecimento anormal do oceano, e o La Niña, com o esfriamento. Porém, eles não são contínuos, ou seja, as repetições desses fenômenos ocorrem de três a sete anos. O El Niño possui uma maior frequência, principalmente pelo fato do aquecimento global que está presente no mundo.

Em anos de El Niño, os ventos da região equatorial, que são chamados de alísios, são enfraquecidos, tornando todo o Oceano Pacífico Equatorial mais quente e gerando evaporação e formação de nuvens de chuva. Já nos episódios de La Niña, os ventos na superfície de todo Pacífico Equatorial são mais fortes que o normal, causando o resfriamento de todo o Oceano.

E mais, outro influenciador desses fenômenos é a chamada oscilação decadal do Pacífico que é uma variação climática cíclica de média duração, entre 20 a 30 anos, tornando-se mais longa que o El Niño e La Niña e mais curta que as variações da atividade solar.

 

A influência dos fenômenos climáticos no Brasil

Quando falamos sobre os impactos do El Niño e La Niña no Brasil, estamos falando sobre diversificação. Isso porque o nosso país possui dimensões continentais, onde em algumas áreas a seca é extrema, e em outras as chuvas são intensas.

 

Influência do El Niño por regiões:

  • Região Norte: redução das chuvas no leste e norte da Amazônia, aumentando assim o risco de incêndios florestais;
  • Região Nordeste: secas de diversas intensidades nas áreas centrais e norte da região, já o Sul e Oeste não são tão afetados;
  • Região Centro-Oeste: chuvas e temperaturas acima da média no sul do Mato Grosso do Sul, nas outras regiões não há alterações significativas;
  • Região Sudeste: não há um padrão considerável de mudanças das chuvas, mas sim um aumento moderado das temperaturas médias;
  • Região Sul: chuvas abundantes acima da média e também um aumento da temperatura média.

 

Influência da La Niña por regiões:

  • Região Norte: aumento na intensidade das chuvas na Amazônia, ocasionando rios cheios da região;
  • Região Nordeste: chuvas acima da média, justificando as enchentes no litoral nordestino;
  • Região Centro-Oeste: não há efeitos pronunciados nas chuvas e na temperatura dessa região, mas há tendências de estiagem;
  • Região Sudeste: não há um padrão característico de mudança nas chuvas e nem na temperatura;
  • Região Sul: estiagem em toda a região, principalmente no inverno.

 

Consequências dos fenômenos El Niño e La Niña

As consequências do El Niño e La Niña não estão relacionadas apenas ao clima, mas também a população e os biomas do mundo todo. Afinal, todos esses pontos são interligados aos fenômenos climáticos. Dessa forma, quando falamos de prejuízos para a população, podemos destacar os problemas respiratórios, causados quando a seca ou as chuvas estão fora da normalidade.

Outro ponto importante é a redução na produção agrícola, que é o sustento de muitas famílias das áreas rurais, pois grande parte dessa produção necessita de condições climáticas favoráveis para uma boa safra. Além disso, os ventos fortes em decorrência dos fenômenos climáticos podem causar grandes prejuízos nas cidades, destelhando as casas, gerando deslizamentos e enchentes pelas regiões.

Confira mais Notícias