Para ensinar sobre história africana e brasileira, a professora Joyce de Souza Avelina Costa criou uma atividade para que seus alunos produzissem bonecas abayomi, criação símbolo da resistência feita de pano. A ideia foi desenvolvida na Escola de Ensino Médio (EEM) Almirante Lamego e na Escola de Educação Básica (EEB) Ana Gondin, em Laguna, com as turmas de sétimo ano do Ensino Fundamental.
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Com o auxílio das professoras Andreia da Silva e Lisandra Custódio Amorim, o projeto surgiu quando os alunos estudaram sobre a história da travessia dos navios negreiros. O objetivo era ensinar para os estudantes como as condições dessa travessia eram desumanas e, mesmo com toda a crueldade da escravização dos africanos, eles cultivaram suas identidades.
Pela história, existem versões diferentes sobre a criação das bonecas negras abayomi. “Durante a travessia, as africanas vendo os anseios dos seus filhos, para acalentá-los rasgavam as barras das saias e faziam nós e laços as bonequinhas de tecido”, descreve a professora Joice. A segunda possibilidade é que foi criada pela artesã brasileira Lena Martins, na década de 80, como forma de representatividade e resistência da cultura afro-brasileira.
Na parte prática do conteúdo, os alunos usaram tecidos reutilizados para produzir as bonecas abayomi, feitas apenas nós e laços. A palavra abayomi é de origem Íoruba e significa encontro precioso (abay=encontro e omi=precioso).
Além da atividade de produção das bonecas abayomi e da pesquisa sobre a história do Brasil e da África, os alunos produziram cartazes sobre a contribuição dos africanos para o Brasil e criaram máscaras africanas.